Conhece certamente vários Silvas. Mas já ouviu falar de algum Zidorinho? Há apelidos para todos os gostos (alguns para pouco gosto de quem os tem). E temos muita geografia no nosso registo civil.
Se nasceu em Portugal, tem cerca de 8% de probabilidade de ter Silva no seu apelido. Pode até parecer pouco, mas quando falamos em 805.446 pessoas a partilhar o mesmo nome, o caso muda de figura.
Os Santos são também aos magotes: quase meio milhão (498.856), e quem tem o sobrenome Silva costuma fazer-se acompanhar por este — cerca de metade dos Silvas são Silva Santos ou Santos Silva.
São muitos Silvas e Muitos Santos. Mas os Ferreiras e Pereiras também não ficam muito atrás, com mais de 400 mil portugueses com esses apelidos. Eis uma lista dos dez mais comuns.
- Silva (805.446)
- Santos (498.856)
- Ferreira (407.947)
- Pereira (403.139)
- Costa (326.700)
- Oliveira (315.049)
- Rodrigues (310.720)
- Fernandes (286.605)
- Sousa (262.414)
- Martins (261.523)
Ao Expresso, o investigador Francisco Queiroz apresenta uma curiosidade sobre os Costa. “Se procurássemos o apelido Costa no país todo, iríamos encontrar uma geografia um pouco diferenciada, ou seja, Costa é mais comum no norte do país do que no sul”, explica.
Há apelidos com nomes de cidades: Lisboa, Porto, Braga, Chaves, Guimarães, entre outros. “Geralmente, os apelidos de cidade surgem quando as pessoas fazem algum tipo de migração”, explica o especialista.
“Nos Açores, por exemplo, há muitos apelidos ligados a cidades. Na Terceira muitas pessoas têm o apelido Barcelos, que não é muito comum em Portugal Continental”.
E, por esta lógica, quem se chama Braga e Guimarães tem a origem do seu nome… no Porto. “Houve muita imigração do Minho para o Porto, sobretudo no século XIX”, explica Queiroz.
Em Portugal existem também 10 apelidos que pertencem a uma única pessoa, alguns deles caricatos: Alparqueiro, Bonsembiante, Gracaribeiro, Marruso, Picalho, Ricaldes, Sardoeiro, Tripinhas, Vernamonte e Zidorinho.
“Nome tão português…” Será mesmo?
Quando ouvimos o nome Silva tendemos a achar que é um apelido muito português. De facto, é tão comum que se torna um símbolo do nosso país, com o seu nome em restaurantes tradicionais, comércios locais de vários tipos e diversas personalidades com esse nome.
Mas, na verdade, os Silvas têm origem um pouco mais longe do que pensávamos: no Império Romano. Sim, nos primeiros séculos d.C. E sim, significava, literalmente, “selva”.
Mas não é por isso que o nome tem origens menos nobres: há quem acredite, segundo conta a RFM, que o nome descende dos Sílvios da Roma antiga, uma família que provinha diretamente do lendário herói Eneias.
Como veio para estas bandas, ninguém sabe precisar, mas o que é certo é que pertenceu durante séculos a uma das mais nobres famílias do reino de Leão, ao longo de toda a Idade Média, de que fazia parte o ilustre D. Payo Guterres da Silva.
E o motivo para haver tantos Silvas também é curioso: na época dos descobrimentos, várias pessoas que não descendiam desta família nobre começara a adotar o apelido quando se mudavam para outros países para tentarem mudar de identidade, cortando com o passado.
Os Santos também já existiam durante a época medieval, e acredita-se que tenham sido das famílias mais antigas do nosso pedaço da Península Ibérica.
Quais são as regras (ou falta delas)?
De acordo com o Instituto dos Registos e do Notariado, “os apelidos estabelecem a ligação à família a que a criança pertence”. O site explica que “em regra, são escolhidos de entre os apelidos de ambos os pais, mas podem ser de apenas de um”, e “também podem ser escolhidos apelidos que pertencem aos antepassados (avós, bisavós). Neste caso, e se não fizerem parte dos apelidos dos pais, é preciso fazer prova”.
O problema é que, antigamente, a regra não era tão restrita: “As pessoas eram conhecidas pelo nome individual e depois por um patronímico que indicava de quem é que eram filhos. Por exemplo: um João Rodrigues, sabíamos automaticamente que era filho de um Rodrigo“, explica ao Expresso o investigador Francisco Queiroz.
E havia quem ficasse conhecido por uma determinada característica física, que passava a servir de apelido da família. Se o eu apelido é Lindo ou Feio, temos boas ou más novidades: ou o seu antepassado era um ícone de beleza, ou ficou conhecido exatamente pelo contrário.
O SOBRENOME QUE MAIS TEM NO BRASIL É ALBUQUERQUE E A “CULPA” É DOS PORTUGUESES.
SILVA AUMENTOU COM A INCORPORAÇÃO DO SOBRENOME PELOS JUDEUS FUGIDOS DO NAZISMO.
E A VERDADE SEJA BENEDITA, MAS
NÃO DA SILVA.
Oh Almanakut, já que falaste nos nomes brasileiros, andei pesquisando um pouco essa matéria.
Ao contrário de Portugal onde toda gente se chama Manuel, Joaquim, José ou João, no Brasil não há regras e a fantasia corre solta na hora do registo civil, e pobres das crianças que têm de carregar algumas destas barbeiragens para o resto da vida:
Alguns exemplos:
Deivid do inglês David, pelo menos tentam o sotaque certo.
Uilha do inglês William, já aqui… começam a descambar para a parvoeira.
Xérox, porque o pai trabalhava numa firma de fotocópias.
Hitler, sabe-se lá porquê…
Magáiver, da série de TV, McGyver.
Aeronauta Barata, filha de aviador sofrendo de baixa auto estima
Acheropita Papazonne, uma descendência acharopada de italiano
Bispo de Paris, filho de pai sacristão da paróquia da Tapeba com alucinações
megalômanas.
Carabino Tiro Certo, safem-se deste aqui, enquanto poderem…
Chevrolet da Silva Ford, filho mestiço de estranho cruzamento mecânico.
Dosolina Tazinasso Piroca, o fruto duma Pirocada no Tazinasso, ou vice versa?
Esdras Esdron Eustaquio Obirapitanga, es..dron..eustopira… Quê?., o pai estava tão bêbado quando registou a criança que não conseguiu pronunciar o nome.
Éter Sulfúrico Amazonino Rios, filho dum psicopata poluidor com mentalidade corrosiva
Faraó do Egito Sousa, pior seria se este Sousa pretendesse ser faraó da Groenlândia
Bem Hur da Silva, inspirado no épico cinematográfico. Bem urso, diria eu.
Himineu Casamenticio das Dores Conjugais, não dá para entender se nesta família se sofre com o casamento, dores de parto, ou juízo.
Waterproof Sequeira, Para que serve um waterproof numa Sequeira ?
Ilegível Inelegível, este quase não foi batizado porque o padre era cegueta ou disléxico
Janeiro Fevereiro de Março Abril, filho de pai calendário.
José Amâncio e Seus Trinta e Nove, quadragésimo membro do bando dos 40 ladrões. E já agora… Amâncio você que eu não dou conta dele…
Mijardêmia e Merdanésia. Não é possível ??? É sim !!!!. São duas irmãs que foram registadas no bairro carioca de Santa Teresa.
Letsgo Daqui (let’s go) Outro nome difícil de acreditar. Há mais, mas vamos embora que já chega….E não digam que a culpa foi dos portugueses.