Uma equipa de cientistas acaba de avançar uma explicação para o enorme tamanho dos gigantes (e já extintos) megalodontes. Trata-se de uma história sangrenta, que começa ainda no útero das suas progenitoras.
De acordo com o novo estudo, levado a cabo por cientistas da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, as grandes dimensões dos tubarões lamniformes – grupo onde se integram os megalodontes (Otodus megalodon) – pode estar associado ao sangue quente e à prática de comer os seus irmãos ainda no útero da progenitora.
Esta espécie, que terá vivido na Terra entre há 23 e 3 milhões de anos, tinha, no total, 16 metros de comprimento e uma cabeça que media 4,65 metros, de acordo com um outro estudo, cujos resultados foram recentemente publicados na Scientific Reports.
Agora, uma equipa de cientistas comparou o tamanho e a forma dos dentes dos tubarões lamniformes, incluindo 15 espécies modernas, como o grande tubarão branco, e 13 espécies fósseis, como o megalodontes, detalha o portal Smithsonian Magazine.
O novo estudo, cujos resultados foram publicados na revista Historical Biology, observa que os megalodontes e os seus dentes destacam-se entre os outros espécimes lamniformes gigantes, que crescem “apenas” entre cinco a sete metros.
Os autores destacam que tanto os tubarões gigantes extintos quando os modernos são endotérmicos, isto, têm “sangue quente”, o que permite que dependam menos da temperatura da água à sua volta e mantenham uma velocidade mais alta para caçar.
Contudo, o desenvolvimento de um corpo tão maciço de sangue quente requer muitos recursos e o canibalismo intrauterino pode ter contribuído para este crescimento.
“Os tubarões lamniformes não põem os seus ovos foram do corpo, eclodindo antes no interior do corpo da sua mãe”, explicou Kenshu Shimada, dando conta que, a partir daí, os tubarões desenvolvem-se até que estejam prontos para deixar o corpo da progenitora.
Mas os pequenos animais estão com fome e, pequenos tubarões que nascem cedo, comem, geralmente ovos não eclodidos ou até os seus irmãos que já eclodiram.
Segundo a equipa, compreender o tamanho do corpo dos organismos extintos é importante no contexto da ecologia e da evolução.
“Os tubarões lamniformes representam os principais carnívoros nos oceanos desde a era dos dinossauros. Por isso, é razoável afirmar que estes animais devem ter desempenhado um papel importante na formação dos ecossistemas marinhos que conhecemos hoje”, rematou Shimada.
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