Os tempos de espera “vergonhosos” no Serviço Nacional de Saúde levam muitos pacientes à morte enquanto aguardam pela realização de exames à síndrome de apneia do sono.
O alerta é deixado pela Associação Portuguesa do Sono (APS) que fala em tempos de espera que podem ir de um ano e meio a dois anos, em hospitais públicos, no acesso a este tipo de exames, conforme dá conta a TSF.
O presidente da APS, Joaquim Moita, fala em tempos de espera “vergonhosos” e “assustadores”, inclusive até para conseguir consultas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), dentro da especialidade que trata os problemas de sono.
Estamos, assim, a falar de um “duplo tempo de espera”, conforme aponta o responsável, sendo necessário aguardar pela primeira consulta e, depois, também ficar à espera da realização do exame de análise do sono.
Circunstâncias que estão a provocar mortes, uma vez que “os doentes com apneia do sono não tratada têm sonolência, o que causa acidentes rodoviários, mas também têm maiores probabilidades de enfartes do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais“, explica Joaquim Moita na TSF.
A apneia do sono atinge um em cada 3 portugueses, segundo os dados da APS.
O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira, refere, igualmente na TSF, que os médicos recebem muitos casos suspeitos da doença, lamentando que, sem o diagnóstico confirmado pelos exames, é difícil prescrever um tratamento adequado.