Rádios desligados durante os primeiros cinco minutos de cada hora para se poder ouvir extraterrestres de Marte. Foi assim o “Dia Nacional do Silêncio de Rádio”.
Corria o ano de 2003 quando Terra e Marte se “colaram” um ao outro, ficando separados por apenas 55,7 milhões de quilómetros — a distância mais curta em 60 mil anos.
Anos antes, em 1924, teve lugar uma aproximação semelhante, particularmente próxima entre o Azul e o Vermelho, mas dessa vez os EUA aproveitaram-na num esforço inédito para procurar vida no planeta vizinho. Como? Escutando os seus eventuais habitantes.
Motivados pelo velho fascínio com Marte e pela possibilidade de vida marciana, a aproximação de 1924 foi a oportunidade perfeita para os norte-americanos tentaram intercetar potenciais sinais de rádio vindos do planeta (apesar do crescente ceticismo na comunidade científica quanto à existência de canais marcianos e da subsequente descredibilização da teoria dos canais por sondas espaciais iniciais, proposta e popularizada pelos astrónomos Giovanni Schiaparelli e Percival Lowell, respetivamente).
Era o tudo ou nada e, para envolver a nação norte-americana, o governo instituiu o “Dia Nacional do Silêncio de Rádio”: pediu ao público para desligar os seus rádios durante os primeiros cinco minutos de cada hora para minimizar interferências, enquanto os postos da Marinha reduziam a sua atividade de rádio. Tudo para ouvir quaisquer sinais que pudessem emanar de Marte, sem interrupções.
O esforço, embora otimista, não produziu resultados, de acordo com o IFL Science, confirmando a ausência de formas de vida avançadas capazes de comunicação por rádio no Planeta Vermelho, mas ficou para a história como uma das primeiras tentativas coordenadas da Humanidade para encontrar inteligência extraterrestre através de sinais de rádio.