O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi hoje distinguido com o grau de doutor “honoris causa” pela Universidade de Lisboa, sob proposta do Instituto Superior Técnico, onde foi aluno e professor.
Na cerimónia, com início marcado para as 10:30 na Aula Magna, no edifício da Reitoria da Universidade Clássica de Lisboa, marcaram presença diversas individualidades, nomeadamente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, vários ministros e membros do corpo diplomático acreditado em Portugal.
O anúncio da atribuição do título honorífico ao ex-primeiro-ministro português foi feito em janeiro último pelo Instituto Superior Técnico (IST) onde o aluno António Guterres “teve um percurso académico excecional” e se licenciou em engenharia eletrotécnica.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas acabou o curso em 1971 com média de 19 valores.
Guterres foi deputado durante 17 anos, tendo-se estreado na Assembleia da República em 1976, e foi primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002.
Mais tarde, em 2003, depois de ter deixado o cargo de primeiro-ministro, foi professor convidado do IST, antes de assumir funções durante dez anos, entre 2005 e 2015, como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. Desde 1 de janeiro de 2017 é secretário-geral das Nações Unidas.
António Guterres já é Doutor Honoris Causa pelas universidades da Beira Interior, de Coimbra e Europea de Madrid.
No discurso de aceitação do título, o secretário-geral da ONU fez questão de frisar a sua preocupação com as alterações climáticas. “As alterações climáticas são a maior ameaça coletiva e do planeta e continuam a andar mais depressa do que nós próprios”.
António Guterres advertiu que a humanidade corre “o risco de perder esta corrida” e frisou a necessidade de um compromisso coletivo e “de uma ambição acrescida” para a concretização dos acordos internacionais no domínio das alterações climáticas.
Lembrando que alguns decisores internacionais ainda não acreditam nos efeitos das alterações climáticas, Guterres salientou que ainda existe “falta ambição suficiente para aplicar os Acordos de Paris e para assumir que estes compromissos não são suficientes”.
// Lusa