Guterres afirma que região do Sahel é “prioridade absoluta” para a ONU

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COP26 / Flickr

António Guterres, Secretário-Geral da ONU

A região africana do Sahel é uma “prioridade absoluta” e os atentados terroristas que nela ocorrem são uma “ameaça global”, diz secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

O secretário-geral das Nações Undas (ONU), António Guterres, afirmou nesta segunda-feira que a região africana do Sahel é uma “prioridade absoluta” para a organização e que os atentados terroristas que nela ocorrem são uma “ameaça global”, não apenas regional.

Guterres está no Níger, um dos países que compõem a faixa do Sahel especialmente afetada pelo terrorismo, pela pobreza e pelas alterações climáticas, no âmbito da sua viagem africana de solidariedade pelo Ramadão, que já o levou ao Senegal e que terminará na Nigéria.

Na capital Niamey, Guterres participou, juntamente com o Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, nas celebrações do Eid el Fitr, que marcam o fim do Ramadão.

Numa aparição conjunta, o secretário-geral da ONU saudou “o caminho democrático no Níger”, que descreveu como “um exemplo para a região”, onde houve golpes de Estado em Burkina Faso, Guiné-Conacri e Mali nos últimos anos.

“A paz, a estabilidade e a prosperidade do Níger e do Sahel como um todo representam uma prioridade absoluta para as Nações Unidas”, disse Guterres no Níger, país que agora sediará a missão antiterrorista francesa após a retirada do Mali devido a tensões com o seu Governo.

Guterres acrescentou que “à medida que os ataques terroristas continuam a aumentar no Sahel e se espalham para os Estados do Golfo da Guiné, a comunidade internacional deve perceber que não é mais apenas uma questão regional ou africana, mas uma ameaça global”.

Da mesma forma, Guterres incentivou a comunidade internacional a “investir fortemente no fortalecimento das capacidades do Exército do Níger do ponto de vista financeiro, de equipamentos e treinamento”, tendo em vista o bom desempenho das suas forças armadas contra o terrorismo.

Assim como lutar “contra as causas profundas” da crise de segurança, entre as quais mencionou a pobreza, a exclusão, a impunidade, a insegurança alimentar e a crise climática, que “exacerbam as tensões intercomunitárias e continuam a alimentar o extremismo violento”.

Perante uma situação em rápida evolução, para Guterres “a comunidade internacional não está à altura da tarefa”, tendo em conta a diminuição das atividades humanitárias na região, que qualificou de “absolutamente inconcebível”.

Guterres mencionou o problema das alterações climáticas que sofrem os países africanos, que não são, salientou, responsáveis pelas mesmas, e que sofrem com as secas, cheias e outros fenómenos extremos com cada vez mais frequência.

“Os países desenvolvidos devem cumprir a sua promessa de alocar 100 mil milhões de dólares (95 mil milhões de euros) para combater as mudanças climáticas nos países em desenvolvimento”, disse o secretário-geral, e no caso do Níger, instou os doadores a apoiar o país “num momento de grande incerteza antes da próxima temporada agrícola”.

Após a sua visita ao Níger, Guterres viajará para a Nigéria, onde planeia encontrar-se com o chefe de Estado do país, Muhammadu Buhari.

Guterres enveredou nestas visitas logo após as viagens que fez na semana passada a Moscovo e a Kiev para abordar a guerra na Ucrânia, e planeia regressar a Nova Iorque após esta deslocação.

// Lusa

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