Guerra de 4 dias? Tensões entre Índia e Paquistão continuam longe do fim

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Arshad Arbab / EPA

Cessar-fogo foi assinado, mas a inimizade mantém-se. Caxemira continua um ponto fervilhante e um problema mal resolvido para os dois países nucleares — depois do acordo, já houve explosões.

A Índia e o Paquistão, duas nações diferentes em tudo, mas com o infortúnio de partilharem uma turbulenta fronteira, assinaram este sábado um acordo de cessar-fogo para uma guerra que durou 4 dias. Mas será mesmo assim?

Há várias décadas que Caxemira é uma região problemática para as duas potências nucleares. As tensões que culminaram esta semana em ataques mútuos com drones só chamaram a atenção internacional para um longo conflito.

Ao The New York Times, o analista Srinath Raghavan explica que “historicamente, muitos dos conflitos entre a Índia e o Paquistão foram travados devido a intervenções externas“. Foi o caso, esta semana, com as negociações a serem lideradas pelos EUA.

O historiador explica que nenhum dos dois países tem uma base industrial militar significativa, pelo que a dependência da venda de armas do estrangeiro significa que a pressão externa pode ter efeito. No entanto, há um fator a não desconsiderar: o nacionalismo religioso.

As duas potências praticam religiões diferentes — o Paquistão com maioria muçulmana e a Índia com predominância hindu —, e essa distância cria uma cisão entre os dois países (que até já foram o mesmo, até 1947).

“Penso que existe uma determinação mais forte, ao que parece, por parte do governo indiano, para garantir que os paquistaneses não sintam que podem simplesmente fugir ou vingar-se“, aponta Raghavan. “O que, sem dúvida, faz parte da escalada. Ambos os lados parecem sentir que não podem deixar que isto termine com o outro lado a sentir que, de alguma forma, levou a melhor.”

Ataques depois de acordo? “Isto não é um cessar-fogo”

E até já houve ataques. “O que raio aconteceu ao cessar-fogo? Consigo ouvir explosões por todo o Srinagar”, escreveu o responsável regional indiano, Omar Abdullah, nas redes sociais no próprio dia de celebração do acordo. Minutos depois, numa segunda mensagem, Abdullah publicou um vídeo que mostrava disparos terrestres dos sistemas de defesa da zona.

Isto não é um cessar-fogo. Acabam de ser ativadas as unidades de defesa aérea no centro de Srinagar”, acrescentou.

“Caros cidadãos, devido a relatos de violações do cessar-fogo, vamos permanecer em alerta hoje. Observaremos um apagão se e quando necessário. Aconselho a que todos se preparem para um eventual apagão e que permaneçam em casa”, afirmou a autoridade administrativa da cidade de Amritsar, Punjab, em comunicado citado pela Lusa. A Índia promete agora uma “resposta proporcional” das tropas indianas.

Carolina Bastos Pereira, ZAP // Lusa

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  1. A Índia lançou mísseis SCALP EG contra o depósito de armas nucleares de Kirana Hills, na Índia, atingindo diretamente o local e bloqueando a entrada com uma avalanche de mísseis. Isso ocorreu depois que o Paquistão rompeu o cessar-fogo de ontem, apenas 4 horas após sua entrada em vigor, e, desde então, a Índia começou a se preparar para novas ações hostis contra o Paquistão.

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