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Guerra do champanhe. Nova lei de Putin gera controvérsia (e causa tensão com França)

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Uma nova lei, assinada pelo presidente russo Vladimir Putin, exige que todos os fabricantes estrangeiros usem a designação “vinho espumante” nos rótulos das garrafas de champanhe vendidas no país. Já os produtores da versão local, a shampanskoye, não precisam de cumprir a mesma regra.

De acordo com a nova lei da Rússia, noticia a BBC, apenas os produtores locais podem chamar as suas bebidas de shampanskoye – palavra russa que significa champanhe.

A lei, que modifica a legislação atual sobre as bebidas alcoólicas, foi promulgada na sexta-feira passada, e causou grande indignação na maior parte da indústria do champanhe, que defende a denominação de origem controlada.

A decisão está a gerar controvérsia sobretudo em França. A Associação Francesa de Produtores de Champanhe criticou a medida e pediu a suspensão temporária de entregas para a Rússia.

“O Comité defende que esta legislação não garante aos consumidores russos informação clara e transparente sobre as origens e características do vinho”, escreverem os responsáveis da associação num comunicado, ao qual o El País teve acesso.

Além disso, o grupo sublinha que só as bebidas fabricadas em Champagne, no nordeste da França, podem deter essa denominação, que tem proteção legal em 120 países.

Os produtores da região francesa, escreve a CNN, exportam mais de seis milhões de litros da bebida para a Rússia por ano, sendo que com a nova medida os franceses estão a acusar Moscovo de protecionismo extremo.

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, já destacou que espera resolver o impasse através do diálogo. No entanto, não descartou recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Esta decisão surge numa altura em que a Rússia tem concretizado vários avanços de modo a tornar as suas leis mais protecionistas, sobretudo depois das sanções económicas provenientes do ocidente.

De recordar que na década de 1920, com Estaline no poder e após a abolição da lei seca, os enólogos soviéticos receberam o desafio de criar um vinho espumante que estivesse disponível às camadas mais amplas da população trabalhadora: uma versão made in URSS do vinho francês das elites de todo o mundo.

Ana Isabel Moura, ZAP //

 

 

6 Comments

  1. Isto nem sequer é uma medida protecionista, mas um perfeito disparate! Não passa de uma provocação saloia à moda do sr. putin! Este homenzinho não passa um monstro, tão típico por aquelas bandas. A Rússia tem sempre o azar de “escolher” líderes miseráveis que a obriga a manter-se sempre na cauda da civilização por muito que procure estar a par dos países mais desenvolvidos. Vale o seu poder militar a única coisa em que se verdadeiramente se destaca no mundo.

  2. O homem deve é andar com uns copitos a mais de vodka e isso provoca vários distúrbios nos neurónios devido ao nível de álcool ser bastante elevado!

    • Vê-se logo que desconheces a grande dependência da Alemanha (etc) do gás natural russo…
      Tal como já aconteceu, todas as sanções da UE à Rússia esbarram na Alemanha.

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