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“Outra vez, não!”: gripe das aves perto de ser a próxima pandemia (sim, para os humanos)

“Não sei se as pessoas têm noção do que está a acontecer” – mas risco para a saúde dos humanos, para já, não preocupa.

“Outra vez, não!” – lê-se no portal The Daily Beast, sobre o novo vírus da gripe das aves, que se “ameaça transformar na nova pandemia”.

A perspectiva da gripe das aves é “sombria”, com a chegada de uma nova vaga do vírus ao Reino Unido, acrescenta o jornal The Guardian.

Há quatro meses, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças já tinha avisado que esta é a maior epidemia de sempre da gripe das aves. Já chegou a dezenas de países.

Já originou a morte de mais de 200 milhões de aves, revela a BBC. E também já começou a afectar mamíferos.

Um estudo recente realizado em Espanha mostrou que o vírus sofreu uma mutação aqui perto, na Galiza, e tornou-se transmissível entre mamíferos. Mais de 50 mil animais morreram por causa da doença, ou foram abatidos.

A gripe das aves tem-se espalhado pelo Reino Unido mas as autoridades locais de saúde pública, que admitem que os humanos poderão ser afectados pelo vírus, asseguram que o risco para as pessoas ainda é muito baixo – na Galiza, nenhuma pessoa teve problemas de saúde (todas tinham máscaras e protectoras para rosto e corpo).

No entanto, Michelle Wille, investigadora na Universidade de Sydney e especialista em vírus de aves selvagens, avisou: “Este surto (em Espanha) mostra o potencial muito real para o surgimento da transmissão de mamífero para mamífero”.

Também na CBC, o médico Isaac Bogoch, especialista em doenças infecciosas, acredita que este vírus vai ser cada vez mais transmissível entre mamíferos, incluindo humanos. “E poderá ter consequências mortais. Esta é uma infecção com potencial para se tornar uma epidemia e uma pandemia. Não sei se as pessoas têm noção do que está a acontecer”.

Entre as aves, o vírus tem uma taxa de mortalidade próxima dos 100%.

Entre os humanos, houve até agora 868 casos em 20 anos. Morreram mais de metade dos infectados: 457 pessoas, revela o comunicado mais recente da Organização Mundial de Saúde. Em 2022 morreu uma pessoa, entre quatro casos registados.

Agora, perante uma outra variação (e agora que estamos habituados a essa expressão), as cautelas são outras. O caso detectado na Galiza não deverá ser o único e esta mutação, potencialmente, vai replicar-se mais facilmente entre os humanos. Embora, em princípio, só as pessoas com contacto directo com uma ave infectada também corram o risco de ficar infectadas.

As vacinas contra a gripe sazonal deverão ser actualizadas para combater este surto, caso seja necessário.

ZAP //

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