A rede do Metro do Porto regista esta segunda-feira fortes perturbações devido à greve dos condutores das composições. A paralisação, sem serviços mínimos, começou à meia-noite e termina às 6h00 de terça-feira.
Fonte da empresa disse à agência Lusa que “devido à greve dos agentes de condução e não tendo sido decretados serviços mínimos, a rede do Metro do Porto está encerrada em todas as linhas na segunda-feira”.
A paralisação dos condutores afetos à ViaPorto, empresa que tem a concessão da operação da Metro do Porto, foi convocada pelo Sindicato dos Maquinistas. Os profissionais reclamam a redução da carga laboral, a alteração na categoria profissional e mais contratações.
“Nós últimos oito anos, os condutores da Metro do Porto nunca fizeram greve para além das greves gerais. Chegámos ao nosso limite. Aguardámos durante dois anos com boa fé, mas agora já passou muito tempo a aceitar as regras da empresa”, afirmou neste domingo domingo, à Lusa, Rui Pedro Pinto, dirigente no Sindicato dos Maquinistas.
Segundo o sindicalista, há mais de 200 condutores a trabalhar na Metro do Porto e a maioria (90%) é sindicalizada e está preparada para a greve.
Em Vila Nova de Gaia, a paralisação já se faz sentir com estações desertas, mais táxis a circular e autocarros cheios. É este o cenário desta manhã em Gaia, um dos pontos mais requisitados para o acesso ao Porto, em dia de greve do metro.
Filipa Barbosa e Carolina Fraga, alunas de Desporto na Universidade do Porto, moram em Gaia e diariamente fazem o percurso de metro, através da Linha Amarela, até à faculdade que fica no polo da Asprela, junto ao Hospital de São João. Hoje vão apanhar táxi e no regresso a mãe de uma das jovens apanha-as depois do trabalho, contam.
“Já sabia da greve e decidi ir de táxi. É um transtorno porque temos passe e com táxi temos de gastar dinheiro, mas a pé não podíamos ir”, disse Filipa Barbosa à agência Lusa cerca das 07:30. Ao lado Carolina vai fazendo contas à vida. Estima que a corrida de táxi custe ente sete e nove euros.
“Felizmente podemos partilhar os custos e logo temos quem nos vá buscar porque é sempre algo que não contamos e nos sai do orçamento habitual”, disse junto à parada de táxi do El Corte Inglês, em Vila Nova de Gaia.
A rede do Metro do Porto conta com seis linhas, servindo sete concelhos da Área Metropolitana do Porto. Segundo a Metro do Porto, 9.000 pessoas podem ser transportadas por hora em cada linha.
Há mais duas paralisações previstas no Metro do Porto, em 17 e 31 de dezembro. Em 16 anos de existência, esta é a primeira vez que a operação da Metro do Porto está parada devido a uma greve.
Greves multiplicam-se até ao fim do ano
Até ao final do ano, as greves vão continuar em força. De acordo com o jornal Público, até ao fim de dezembro, há 47 pré-avisos de greves em 11 áreas da administração pública, desde a justiça aos hospitais, passando pela inspeção das pescas.
Segundo o diário, há duas paralisações que podem vir a afetar as férias de Natal e Ano Novo. Um dos sindicatos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o Sindicato dos Inspetores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras, e duas empresas privadas de segurança vão fazer greve no fim do mês, comprometendo as ações de fiscalização nos aeroportos nacionais.
Fonte oficial da ANA, ouvida pelo Público, não quer, para já, comentar as greves anunciadas para os aeroportos por ser ainda muito cedo. Nos últimos meses, foram desconvocadas greves semelhantes dias antes da sua realização. É ainda de salientar que só quando são decretados os serviços mínimos é que é possível fazer uma previsão dos possíveis constrangimentos.
Dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público, que reúne todos os pré-avisos de greve da função pública, revelam que até fim de dezembro não haverá um único dia sem paralisações previstas, nota ainda o matutino.
ZAP // Lusa