A Grécia estará a preparar um plano drástico de nacionalização do sistema bancário e introdução de uma moeda paralela para efectuar pagamentos correntes, para o caso de os países da zona euro não tomarem medidas concretas de combate à crise nem suavizarem as suas exigências.
O ministro-adjunto das Finanças da Grécia, Dimitris Mardas, garantiu esta sexta feira que a Grécia tem dinheiro suficiente e vai pagar os cerca de 450 milhões de euros devidos brevemente ao FMI, acrescentando que, por enquanto, as “coisas estão bem”.
Em declarações a uma cadeia privada de televisão, citadas pela EFE, Mardas assegurou que com “base nos dados actuais podem-se pagar” as obrigações do estado grego.
Mas segundo o The Telegraph, a Grécia não tem fundos suficientes para pagar ao FMI a tranche de 458 milhões de euros que vence a 9 de abril, e imediatamente a seguir os salários dos funcionários públicos e a segurança social, devidos a 14 de abril – excepto se a zona euro e os credores internacionais decidirem adiantar a próxima tranche do resgate transitório recentemente negociado.
Fontes próximas do Syrziza, citadas pelo jornal britânico, revelaram que o governo está determinado a manter em funcionamento os serviços públicos e a pagar as pensões. Com os fundos públicos em níveis criticamente baixos, o governo grego poderá ser forçado a dar um passo sem precedentes durante a próxima semana: falhar um pagamento ao FMI.
“Somos um governo de esquerda. Vamos ter que decidir entre falhar um pagamento ao FMI ou falhar ao nosso povo. Não tem nada que saber“, diz um alto responsável do Syriza, citado pelo Telegraph.
“Poderemos ter que gerir um atraso nos pagamentos ao FMI. Isso poderá causar alguma perturbação nos mercados”, acrescentou a mesma fonte.
O governo de esquerda radical do Syriza preferia restringir o seu braço aos credores da zona euro, mas o próximo pagamento a vencer é ao FMI. Falhar um pagamento é uma decisão de alto risco e de consequências imprevisíveis, que nunca aconteceu a um país desenvolvido.
Caso falhe a data de pagamento, após um período de tolerância de seis semanas a Grécia entra formalmente em incumprimento.
Apesar de o Syriza não pretender despoletar uma situação formal de “default“, considera que uma situação de pré-incumprimento ou um atraso poderão ser uma escalada necessária no seu confronto com os credores europeus e o FMI.
A perspectiva de Atenas é a de que os seus credores ainda não perceberam que a situação mudou dramaticamente desde a eleição do Syriza, em janeiro, e que terão que fazer concessões reais se pretendem evitar que aconteça uma desastrosa ruptura da união monetária – situação repetidamente considerada como impensável.
Mas as pretensões gregas têm esbarrado na insistência dos credores em que sejam implementadas medidas concretas – a que a lista de 26 páginas de reformas apresentada na quarta-feira parece não ter dado resposta.
O antigo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, recordou que a Grécia tem uma obrigação moral para com os outros países, considerando as exigências gregas de mais tempo e dinheiro como “completamente inaceitáveis”.
“Devemos lembrar-nos de que há países mais pobres do que a Grécia que lhe estão a emprestar dinheiro”, diz Barroso, “portanto uma proposta de corte na dívida grega receberá certamente um não dos seus parceiros”.
ZAP
Se for para colocar tudo no sítio com justiça, já ontem era tarde.
Agora é o momento certo pra essa gente incomprir. Assim e até outubro o colapso seria visível. Visível o suficiente para que os eleitores portugueses tivessem juízo!
Faço votos que a Grécia entre em default para a seguir sermos nós e quem sabe a UE e sabe-se lá quem mais. Este sistema capitalista económico que não serve as pessoas terá o seu fim concerteza! Para quando? É uma questão de tempo. Os sistemas, sejam eles quais forem, são para servir as pessoas, as sociedades. Caso contrário têm o destino traçado. Nada como uma crise de sangue para eliminar o joio e surgir uma nova sociedade mais justa, com outra consciência.
Este senhor não é bom da cabeça… crise de sangue??? Assim que perdesses uma gota num dedinho estavas a dizer que o teu filho estava traumatizado e que exigias que a NATO restabelecesse a paz no teu bairro…
Concordo que “Os sistemas, sejam eles quais forem, são para servir as pessoas, as sociedades” e nesse caso o sistema que temos é mau pois rouba a quem trabalha para sustentar chulos pobres ou ricos, os primeiros dão-lhes o voto eos últimos muito dinheirinho e bons tachos…
Gostava de saber onde tantos jornalistas vão buscar tantas diferentes noticias sobre os mesmos assuntos .
Considerando que as mesmas são tão dispares, obviamente uma grande parte são mentiras. Será que a lei permite isso? E se não permite… porque tal acontece?
Os gregos estão tramados…elegeram uns aldrabões e caloteiros, agora que comam a areia da praia!
Onde começou a democracia vivem-se dias conturbados….