/

Grécia tem centro de detenção secreto para migrantes ilegais

2

Tolga Bozoglu / EPA

Uma investigação do The New York Times denunciou a existência de um centro de detenção secreto para migrantes que entre ilegalmente na Grécia.

Há um centro de detenção secreto para migrantes que entrem ilegalmente na Grécia, denuncia o The New York Times. O centro extrajudicial é uma das várias táticas que o país está a usar para impedir a repetição de uma crise migratória como a de 2015. O centro localiza-se em Poros, no sul da fronteira com a Turquia.

Numa investigação publicada esta terça-feira, o jornal norte-americano revela que os migrantes que entrassem ilegalmente eram capturados e enviados para Poros. Lá, eram obrigados a despirem-se, espancados e não lhes era permitido pedir asilo ou chamar um advogado de defesa.

“Para eles, éramos animais”, conta o sírio curdo Somar al-Hussein, um dos migrantes que passou por este centro de detenção secreto. Somar confessa que só soube onde estava graças à localização GPS do seu telemóvel. O seu telemóvel foi confiscado posteriormente e foram-lhe recusados todos os pedidos de asilo.

O local é apenas composto por três armazéns e só era acessível por uma estrado pelo meio do campo. Lá dentro, o grupo com que foi detido passou uma noite sem água ou comida. No dia seguinte, foram postos dentro de um barco e deixados de volta na Turquia.

Os jornalistas foram impedidos de passar junto ao local onde se acredita ficar o centro e uma fonte próxima de antigos militares gregos confirmou a sua existência.

Ainda há poucos dias, um incêndio de grandes dimensões destruiu o centro social de refugiados “One Happy Family”, situado na ilha grega de Lesbos, revelou a agência de notícias EFE, avançando que poderá ter sido fogo posto.

Na sexta-feira passada, polícia grega e migrantes envolveram-se em confrontos na fronteira entre a Grécia e a Turquia. Após estes conflitos, centenas de migrantes reuniram-se em frente ao posto de fronteira de Pazarkule (Kastanies, no lado grego) a entoar palavras de ordem como “liberdade”, “paz” e “abram as portas”.

ZAP //

2 Comments

  1. Na perspectiva do imigrante compreende-se que liberdade signifique a Grécia abrir as suas fronteiras. E compreende-se: emigração (atenção ao “e”) é um direito.

    Já o reivindicar direito de residência por parte de qualquer um que atravesse ilegalmente a fronteira seria o mesmo que exgir que uma empresa empregue qualquer candidato que irrompa pelas suas instalações dentro, ou que uma mulher proporcione afecto a qualquer homem que lhe faça uns avanços. Por isso, a imigração (atenção ao “i”) não pode ser considerada um direito.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.