Um novo estudo sugere que, na Grécia Antiga, alguns templos tinham rampas para que as pessoas com deficiência, ou com mobilidade reduzida, também pudessem visitar estes locais.
Em declarações ao site Live Science, uma das autoras do estudo, Debby Sneed, da Universidade do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, explica que algumas destas rampas datam de antes do século IV A.C. e seriam usadas não só por pessoas com deficiência, mas também com mobilidade reduzida, como é o caso de idosos e grávidas.
Como parte da sua pesquisa, cujo estudo foi agora publicado na revista científica Antiquity, a investigadora analisou os santuários dedicados à cura da Grécia antiga, que eram visitados por pessoas que procuravam tratamentos para problemas de saúde permanentes e temporários. Foi então que percebeu que muitos deles tinham uma coisa em comum: rampas.
“Eu já estava familiarizada com as rampas, mas a maioria dos santuários religiosos (sem serem dedicados à cura) têm apenas uma rampa, talvez duas. Quando olhei para o santuário de cura mais importante da Grécia, o Santuário de Asclépio, em Epidauro, descobri que havia pelo menos onze rampas de pedra permanentes que davam acesso a nove estruturas diferentes”, quando as reformas do local começaram em 370 A.C.
Anteriormente, a teoria mais aceite entre a comunidade científica para explicar estas rampas era que estas facilitavam o transporte de objetos pesados, como os animais que iriam ser sacrificados ou elementos usados durante a sua construção. Mas, para Sneed, “estas explicações não são satisfatórias“.
“Em primeiro lugar, os animais sacrificados raramente iam para os templos: Eram abatidos fora do templo e não havia motivos para serem levados para dentro”, explica.
Depois, acrescenta, os templos tinham dedicatórias aos deuses, mas os edifícios cujas dedicações envolviam materiais pesados (chamados tesouros) nunca tinham rampas, portanto, estas não poderiam ser usadas para esse fim. Por último, os Gregos usavam guindastes e outras talhas durante a sua construção.