Foram encontradas várias gravuras assírias no Iraque que ilustram uma procissão de deuses montados em animais míticos. Estiveram escondidas durante vários anos devido ao Estado Islâmico.
Gravuras em rocha encontradas no norte do Iraque, na região do Curdistão, retratam a homenagem de um rei assírio aos seus deuses. Nas esculturas, que estiveram escondidas durante anos para evitar possíveis ataques do Estados Islâmico, estas figuras divinas são vistas a montar animais míticos numa procissão.
Os deuses e deusas aparecem montados em dragões, leões, touros e cavalos. Alguns deles já foram identificados e tratam-se de Ashur, o principal deus assírio, e a sua mulher, Mullissu; Sin, o deus da Lua; Shamash, o deus do Sol; Adad, o deus do tempo; o Ishtar, a deusa do amor e da guerra; e o deus assírio da sabedoria.
De acordo com o Live Science, têm quase 3 mil anos e foram descobertas por arqueólogos italianos e iraquianos. A investigação foi recentemente detalhada no primeiro volume do livro “Italian Archaeological Mission to the Kurdistan Region of Iraq. Monographs”.
As gravuras foram vistas pela primeira vez nos anos 70 e, em 2012, começou a primeira exploração do sítio arqueológico. Quando Estado Islâmico tomou posse do território, a investigação teve de ser interrompida. Como tal, só puderam voltar ao sítio no ano passado.
Esta é a primeira vez em quase 200 anos que gravuras assírias comparáveis a estas são encontradas. A última vez em que foi descoberta arte desta dimensão foi em 1845, salientou o arqueólogo Daniele Morandi. Até ao momento foram descobertos dez painéis com gravuras intrigantes.
“É altamente provável que mais gravuras e talvez também inscrições cuneiformes comemorativas monumentais ainda estejam enterradas sob os detritos do solo que enchiam o canal de Faida”, disse o arqueólogo Morandi Bonacossi.