/

Gratuita, facultativa e no SNS. Temido explica “longo” processo de vacinação com 22 milhões de doses

13

Tiago Petinga / Lusa

Portugal vai comprar mais de 22 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, o que representa um custo de 200 milhões de euros, anunciou esta quarta-feira a ministra da Saúde, Marta Temido, em conferência de imprensa.

“Aquilo que estimamos que possa vir a ser o montante global associado às vacinas para o nosso país poderá atingir os 200 milhões de euros e ultrapassar as 22 milhões de doses de vacinas”, disse a governante, que falava aos jornalistas no final de uma reunião de trabalho sobre o plano de vacinação de combate à covid-19 que será apresentado na quinta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa.

Marta Temido realçou que o processo de vacinação será longo e que os portugueses não se poderão “afastar das regras” a que se têm habituado em tempo de pandemia.

“O processo de vacinação vai ser um processo longo, não vai ser um processo que se concretizará num único dia ou sequer num período de tempo muito curto (…) Como tal, durante vários meses do ano que vem teremos de garantir que não nos afastamos daquilo que é o cumprimento das regras que nos habituámos a manter até que possamos garantir a distribuição das vacinas que estimamos que possam ser disponibilizadas a partir do início do novo ano no nosso país”, continuou a ministra da Saúde.

Marta Temido garantiu ainda que a vacina contra a covid-19 será gratuita, facultativa e administrada no Serviço Nacional de Saúde. “Será obviamente uma medicação gratuita, facultativa e a realizar no Sistema Nacional de Saúde”, explicou.

Na mesma declaração, a ministra da Saúde falou em duas fases distintas da vacinação: uma primeira, num “contexto de maior escassez no acesso a vacinas e, portanto, à semelhança do que outros países tem estado a planear, será um processo mais controlado” e uma segunda, com um “processo de maior abrangência” e “com mais doses disponíveis” e, por isso, com uma “maior expansão dos pontos de administração”.

Primeiras doses podem chegar já em janeiro

Apesar de admitir que as primeiras vacinas possam estar disponíveis nas primeiras semanas de 2021, caso a candidata da Pfizer/BioNTech seja já aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) na reunião agendada para 29 de dezembro, a ministra ressalvou que essa disponibilização depende de vários fatores.

“Qualquer um dos países da União Europeia só terá vacinas se a indústria farmacêutica as disponibilizar, se a EMA lhes der um parecer favorável – porque acima de tudo estão questões de segurança, de efetividade e de qualidade – e de acordo com aquilo que seja a chegada que as próprias companhias farmacêuticas fazem acontecer a cada um dos países dos seus produtos”, descreveu.

A reunião contou com a participação dos membros da ‘task-force’ criada para elaborar o plano de vacinação, liderada pelo antigo secretário de Estado da Saúde Francisco Ramos.

Participaram ainda os ministros de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, da Saúde, da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, assim como o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Tiago Antunes.

Portugal contabiliza pelo menos 4.645 mortos associados à covid-19 em 303.846 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde.

O plano de vacinação será apresentado na íntegra esta quarta-feira.

ZAP // Lusa

13 Comments

  1. … pelo que todos os portugueses vêm, só porcarias e trapalhadas na vacina da gripe já vemos o futuro da vacina da Covide em Portugal. Mais uma valente cg. do MS e do SNS. Só assalariados incompetentes.

  2. Uma boa forma de avaliar o nosso desempenho será comparar com os restantes países ao final de algum meses, medindo a percentagem de pessoas vacinadas. Aposto que vamos novamente ficar atrás.
    Claro que os políticos e todo o lixo afim vai passar à frente do povo.

  3. O populismo de um governo também se vê aqui. Obrigar todos a tomar a vacina não é democrático, pensam os governantes. Eu digo, numa pandemia desta envergadura, não vacinar toda a gente é um perigo enorme que pode permitir que aqueles que não se vacinarem se possam constituir como focos de propagação e tornarem improfícuos todos os esforços que quase todos estamos a fazer no sentido de se atingir a irradicação total deste flagelo. Falta coragem a estes governantes. É a hipocrisia dos políticos. Ou todos ou não vamos lá.

    • Mas vamos lá onde? Erradicar um vírus com uma taxa de mortalidade de 0,5%? Que grande vírus é este Corona!!!! Não falta coragem a este governo, falta é coragem à população. É tão fácil implementar uma ditadura, nunca pensei que fosse tão fácil mas fiquei agora a saber. Boa sorte com as vacinas feitas em cima do joelho.

      • Já Foste, estou inteiramente de acordo consigo. Estão a limitar movimentos, afectos, companheirismo e aterrorizar. Todos os povos preferem a segurança em detrimento da liberdade. Também eu me recuso a tomar uma vacina que aparece em tempo recorde. Ainda por cima, reforça a ministra, o comportamento de submissão continua a ser exigido.Já vivi uma ditadura (tinha 21 anos no 25 de Abril) e não vou viver outra.

      • Ai Clara, Clara. O que tu precisas não é de uma vacina, é de uma injeção de neurónios.

      • Se não tomares a vacina, morres prematuramente, ou infetas outras pessoas. Queres isso?????
        Se calhar, como és maluca, sim.

  4. Vivemos num pais democrático, liberal com iniciativa privada e parcerias publico privadas.
    A vacina da gripe pode ser tomada em farmácias e hospitais privados. O utente tem a possibilidade e penso que o direito de escolha.
    A vacina da covis fica restrita ao SNS porque? Porque o governo não abre aos privados? desafoga o SNS e alivia as contas publicas. Vai demoras meses a vacinar toda a gente, abrindo aos privados seria bem mais rápida a vacinação da população e menos custos para o SNS.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.