O artista português Graciano Saga, conhecido como o “cantor emigrante”, morreu este sábado, em Paris, vítima de uma doença rara, anunciou hoje a família, através de uma mensagem no Facebook.
Autor de canções como “Vem devagar emigrante” e “Eu vou a Fátima rezar”, Graciano Saga, radicado em França há 40 anos, lançou múltiplos álbuns durante uma carreira em que se celebrizou, em particular, junto da comunidade emigrante.
Numa mensagem partilhada no Facebook do artista, a filha Gloria Braga agradeceu as centenas de mensagens de apoio publicadas na rede social desde que foi anunciado que Graciano Saga estava hospitalizado em Paris e garantiu que anunciaria mais tarde a data do funeral.
“O meu pai queria ficar em França. Ficou aqui 40 anos, ele queria estar ao lado da sua família emigrante”, acrescentou, na mesma mensagem.
Na semana passada, a família divulgou, igualmente pelo Facebook, que Graciano Saga, natural de Viana do Castelo, sofria de uma “doença muito rara”, sem tratamento possível.
“Solidário”, “humano” e “um artista muito acarinhado”
O “cantor emigrante” era considerado um “homem solidário” e “um artista muito acarinhado” por empresários musicais da região.
“Era uma pessoa muito profissional, muito simpática, uma pessoa muito humilde, que tinha uma grande personalidade e que respeitava muito o ser humano”, disse hoje à Lusa José Antunes, agente musical.
José Antunes conheceu Graciano Saga no início dos anos 80, quando ainda fazia parte do grupo musical Irmãos 5, com o seu irmão Tony Carreira, cruzando-se com o cantor por “bailaricos e festas portuguesas” em França. “Mais tarde, quando iniciei a minha atividade como agente, no final dos anos 80 trabalhei com ele várias vezes neste últimos anos”, explicou. “Era um artista muito acarinhado, não só pelos emigrantes, mas também pelo público em geral”, declarou à agência Lusa.
Joaquim Dias, empresário de músicos em França, disse à Lusa que, além de ser “uma excelente pessoa”, Graciano Saga era um “homem solidário”, que “ajudava quando via que podia ajudar”. “Era umas das melhores vozes que tínhamos na comunidade portuguesa”, sublinhou.
“Foi dos primeiros músicos do Quim Barreiros e passou a ser um dos maiores artistas. Era um dos grandes”, explicou Joaquim Dias. “Toda a gente no seio da emigração gostava dele porque ele tinha sempre temas adequados” à comunidade, acrescentou o empresário que trabalhou no passado com Santa Maria, Excesso e D’zrt.
“Às vezes são aqueles que deviam ficar que se vão embora. É pena ter acontecido numa situação tão inesperada como dramática”, concluiu José Antunes.
Ouça aqui a canção “Vem devagar emigrante”.
/Lusa