Governo trava aumento de capital de 100 milhões na Águas de Portugal ordenado por Costa

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José Sena Goulão / LUSA

Joaquim Miranda Sarmento, Pedro Duarte, Luís Montenegro e António Leitão Amaro no Parlamento

O pedido de aumento de capital surgiu pouco depois de a empresa ter precisamente distribuído 100 milhões pelos acionistas públicos. O governo tem dúvidas sobre o impacto orçamental da medida.

O governo da Aliança Democrática está a intervir para bloquear um aumento de capital proposto de 100 milhões de euros para a Águas de Portugal (AdP). A decisão surge devido a preocupações sobre a falta de clareza nos planos futuros da empresa e o impacto potencial na dívida pública.

Na assembleia geral marcada para esta quarta-feira, estava previsto discutir o aumento de capital de 434,5 milhões para 534,5 milhões de euros. No entanto, o executivo ainda não aprovou o plano de atividades da AdP para 2024, qu e está atualmente sob análise da Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Sector Público Empresarial (UTAM).

A Parpública, entidade que gere as participações do Estado e detém 81% do capital da AdP, juntamente com a Caixa Geral de Depósitos que possui os restantes 19%, distribuiu recentemente 100 milhões de euros aos acionistas, referentes a resultados transitados de exercícios anteriores. Essa soma foi logo transferida para a conta da Parpública, destacando uma gestão financeira que parece favorecer a liquidez imediata em detrimento de investimentos de longo prazo na AdP.

José Furtado, presidente da AdP, justificou a proposta de aumento de capital como uma diretriz do ex-primeiro-ministro António Costa, visando sustentar o financiamento da empresa sem detalhar especificamente os planos futuros. Isso levantou questões sobre a eficácia e o timing da operação, num momento em que o Governo se esforça para manter a dívida pública controlada.

O impacto nas contas públicas é significativo. Embora a AdP opere fora do perímetro das administrações públicas, os movimentos de capital da Parpública afetam diretamente o orçamento do Estado. Em 2023, essas manobras contribuíram para um excedente orçamental histórico, ajudando Portugal a manter a dívida abaixo dos 100% do PIB. No entanto, a aprovação do aumento poderia reverter esse quadro, aumentando a necessidade de financiamento do Estado.

Joaquim Miranda Sarmento, atual ministro das Finanças, criticou a gestão anterior, alegando manipulação de dados e falta de preparação técnica. Em resposta, Fernando Medina defendeu a integridade das contas do seu mandato, apontando a uma possível desinformação ou má interpretação dos factos por parte do atual governo.

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3 Comments

  1. AdP, não passa de mais um mecanismo de sugar dinheiro aos contribuintes a favor do estado e seus aliados!
    Basta analisar o que é na realidade a AdP: serve todos os portugueses? NÂO!!! Todos os portugueses pagam? SIM!!!
    A AdP, nbão passa de mais uma Santa Casa… (para alguns)!!!

  2. Mais um antro onde abundam job’s for the boy’s, não tarda está na mesma situação do que a santa casa da misericórdia.

  3. Engraçado… AdP, S. A., Infraestruturas, S. A., empresas privadas, jurídicamente, mas, as acções são do Estado. Imaginem os prejuizos…
    Claro, como S. A. não estão no Orçamento do Estado e, por isso, contribuem para as “contas perfeitas”. No entanto, como vão sobreviver essas empresas? O crédito não é ilimitado.

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