O Governo quer aplicar, em 2017, “currículos essenciais” para as disciplinas dos 1.º, 5.º e 7.º anos para focar naquilo que é “essencial que os alunos aprendam”.
O Ministério da Educação quer, a partir do próximo ano letivo, que as disciplinas dos 1.º, 5.º e 7.º anos de escolaridade tenham um “currículo essencial”.
Em entrevista ao Diário de Notícias, o secretário de Estado da Educação, João Costa, diz que esta será uma forma de focar “aquilo que é essencial que os alunos aprendam para depois permitir uma melhor gestão do tempo e do trabalho” nos estabelecimentos de ensino.
As associações das várias áreas disciplinares, com quem já esteve reunido, ficaram responsáveis por apresentar um primeiro “desenho” desse currículo. As primeiras propostas deverão chegar ao Ministério no início de 2017.
“Em função da qualidade do debate [público da proposta], veremos se temos já todas no próximo ano ou só algumas”, explicou.
Para já, os anos de escolaridade intermédios, ou seja, 2.º, 3.º, 6.º, 8.º e 9.º anos, vão ficar de fora da proposta porque o objetivo é “implementação gradual” destas orientações.
“O currículo é gerido por ciclos. Quem já está num ciclo deve levá-lo até ao fim”, explicou. O ensino secundário também deverá ser abrangido, nomeadamente o 10º ano.
De acordo com o DN, o projeto insere-se no chamado Perfil do Aluno no 12º ano, que “visa definir as competências que os estudantes devem ter adquirido no final da escolaridade obrigatória”.
A iniciativa está a ser coordenada pelo antigo ministro da Educação e atual administrador da Gulbenkian com este pelouro, Guilherme Oliveira Martins, mas o governante diz que nada está fechado.
A ideia é que o trabalho seja “um gerador de consensos”, por isso, acrescenta que também serão ouvidas as propostas do “Conselho Nacional de Educação, Conselho de Escolas e outros atores”.
O secretário de Estado revelou ao DN que os currículos em Portugal são demasiado extensos, o que deixa pouca margem para uma “diferenciação pedagógica” no trabalho com os alunos e até para promover “competências de nível mais elevado” como, por exemplo, o “pensamento crítico”.
ZAP
excelente medida. Os currículos atuais têm conteúdos a mais e isso é prejudicial para todos os envolvidos. Vejam o que se passa nos países mais desenvolvidos, na Alemanha por exemplo: no secundário os programas de matemática têm menos conteúdos e bastante mais simples. Aos 12, 13 ou 14 anos o cérebro humano não está adaptado a fazer abstrações que aqui aparecem nos currículos de matemática para essas idades. Resultado é que a grande maioria dos alunos portugueses detesta a matemática, tem maus resultados e acabam por não ficar a saber as coisas essenciais. Isso não se passa nos países do norte da Europa.
Talvez seja uma medida acertada pois parece-me que se anda a ler muito e a aprender pouco, passa-se pela matéria uma vez e depois segue-se enfrente o que dá para ler mas não aprender, só é pena é que todos os governos continuem a fazer as coisas à sua maneira sem que tenham a coragem de sentar todos os partidos, pais, professores e alunos a uma mesa e discutirem seriamente o assunto adotando um sistema duradouro e deixar de vez de andarem todos os anos a mexer nas leis e no sistema de ensino.
Que medida tão inteligente!
Depois de mandarem a avaliação dos professores às urtigas para que ninguém saiba se os professores têm um mínimo de conhecimentos e capacidade de raciocínio… enfim, um mínimo mesmo mínimo de qualidade e depois de terem acabado com avaliações aos alunos também para que ninguém saiba se estão evoluir nos seus conhecimentos eis que querem agora presentear a educação com esta inteligentíssima medida!
Mas faz sentido:
como não se conhece a qualidade dos professores nem o nível de conhecimentos de muitos dos alunos o melhor mesmo é reduzir a uns o trabalho de ensinar e a outros o trabalho de aprenderem.
É a lógica da batata em plena acção!