Governo pode cancelar uma parte dos reembolsos previstos ao FMI

18

Manuel de Almeida / Lusa

O ministro das Finanças, Mário Centeno,

O ministro das Finanças, Mário Centeno,

A presidente da Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), Cristina Casalinho, revelou que os reembolsos ao FMI poderão ser cancelados este ano.

Em entrevista ao Jornal de Negócios, publicada na sua edição desta segunda-feira, a presidente afirma estar orçamentado reembolsar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) 6,6 mil milhões de euros, mas que há a possibilidade de 2,6 mil milhões “não serem utilizados para amortização”.

Cristina Casalinho refere que parte dos 6,6 mil milhões de euros “depende da venda de um conjunto de ativos financeiros, que originalmente tinham a expetativa de arrecadação de quatro mil milhões” e que “havia um contributo financeiro de 2,6 mil milhões de euros”, existindo a possibilidade de, “pelo menos”, este último montante não ser utilizado “para amortização ao FMI”.

“Os 2,6 mil milhões de euros, que de alguma forma faziam parte do compromisso de financiamento, estão assegurados. Ao nível do financiamento que foi incluído no programa, acreditamos que é exequível. Agora, estes 2,6 mil milhões [previstos para o FMI] podem ter outros destinos“, explica.

A responsável acrescenta, contudo, que compete ao Governo definir prioridades, “portanto, a orientação será da tutela em relação a qual é o destino que será dado”.

Na entrevista ao Negócios, em que refere que a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos não terá impacto no financiamento deste ano, Casalinho afirma também que, “para além da questão do financiamento de origem dos fundos, o que as autoridades europeias e o FMI têm sempre dito é que estes pagamentos não podem pôr em causa o nível desejável da almofada de liquidez”.

Questionada se continua confiante na execução orçamental, a presidente do IGCP refere que “não há nenhum sinal de que os 2,5% – a meta que a Comissão Europeia definiu – não serão cumpridos”, acrescentando que, “mesmo que se afigure algum deslize, não se afigura que seja surpreendente”.

“O entendimento da nossa equipa que acompanha a execução orçamental é que está dentro da nossa margem de erro“, sustenta.

Nesta entrevista, que foi feita uma semana depois do anúncio da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Casalinho adiantou ainda não estar prevista até ao final do ano nova emissão das Obrigações do Tesouro do Rendimento variável (OTRV) e que está já a ser pensado um novo “conjunto” de novos produtos de retalho.

/Lusa

18 Comments

  1. O PS no seu MELHOR !!! Como habitualmente aqui temos mais 1 vez o governo PS a fazer das suas, a ser DESONESTO. Quem vier a seguir que arrume a casa… Portugueses não estão FARTOS de ser LORPAS? CHEGA, BASTA de tanta M….

  2. Este povo quer tudo. Pagamentos a dobrar aos credores, cortes em tudo menos naquilo que lhes diga respeito ou que interesse exclusivamente ao seu bolso, etc, etc.
    Vamos lá ver, o que temos, OBRIGATÓRIAMENTE, de pagar agora, está assegurado, pelo que li. Não vejo onde esteja o problema.
    Mais uma vez, o título e o primeiro parágrafo introdutório é enganador, não sei se propositado. O Estado diz que O QUE ESTÁ ACORDADO PAGAR ESTÁ ASSEGURADO, repito, ASSEGURADO. O que poderá não ser pago é o que, extra o obrigatório, se poderia “adiantar” para amortização. A divida publica “GERE-SE”, já alguém disse e com total razão.
    Não podemos é querer “sol na eira e chuva no nabal” Porra!

    • Muito bem!
      É sempre bom perceber que há gente com bom senso e que sabem ler e interpretar as noticias!
      Infelizmente também há “tristes” que nem capacidade tem para perceber o que lêem e só sabem barafustar por tudo e por nada, mostrando toda a sua ignorância!…

      • Então está bem. Eu explico.
        Caro senhor, o plano de pagamentos foi acordado, está previsto ser feito em determinados moldes e frequências de pagamento, estando orçamentada ( inscrita em Orçamento de Estado todos os anos até a sua regularização estar concluída).
        Certamente estamos de acordo que o País não está a “nadar em dinheiro” ora neste quadro, para se poupar nalguns juros, teria obrigatóriamente de se ir buscar dinheiro a outras rubricas orçamentadas. Imagine que o Estado, para pagar adiantado, vai desorçamentar a Saúde. Como é, deixa morrer pessoas? Ou vai desorçamentar a Seg. Social e fica sem dinheiro para pagar reformas? Ou desorçamenta o setor da industria e do empreendorismo, ficando sem dinheiro para investimentos que trazem valor acrescentado à economia e criam riqueza e emprego? Pense lá bem. Será isso que pretende?
        Creio que qualquer pessoa entende que (supondo) se para poupar juros de 5% em 1000 milhões, investir esses 1000 milhões e tirar proveitos de 15%/20%, não será preciso pensar muito pra se perceber qual a opção a tomar.
        Não entender o que referi, é de gente que não se importa de ver os outros a morrer, não tem visão de longo prazo ou então por cegueira ideologica.

  3. Ora aí está a opinião certeira do “tretas” aos weblogs, Joes riveras e TSDMs deste país.
    Então não têm nada a acrescentar. É a zap não filtra as notícias
    Mau trabalho!!!

    • E não é que és mesmo burro!
      Leste o que está escrito? Ou só leste o titulo? Ou sabes ler?
      Fo..-se! Haja paciência para tanto imbecil

  4. O nosso ( des )governo é cá um luxo que fico que nem posso.
    Então os contribuintes ficam sem as suas mesadas em nome de impostos, os recibos verdes pagam o pagamento por conta ( onde já se viu esta merda ) os empresários investidores pagam pagamento por conta ( onde se viu uma desgovernação total como esta eu pessoalmente se fosse empresário mandava-os investir a eles, aprendia era o caminho para Espanha, pelo menos lá pagasse mas sabemos onde estão os dinheiros cá em Portugal sabe Deus e o Corrupto.
    Que democracia é que criamos meu Deus.

    • Coitado…
      Deve ser mesmo triste seres tão frustrado e ignorante que, além de não saberes ler/interpretar, ainda fazes comentários sem sentido (e que nada tem a ver com a noticia)…
      Sabes lá o que é o pagamento por conta…
      E deves conhecer mesmo a realidade de Espanha, se nem fazes ideia do que se passa em Portugal…

  5. Pois dívidas com pagamento adiado ao FMI, recapitalização da CGD que não vai entrar no orçamento de estado, estamos perante um sistema do safe-se quem puder, desta forma vão poder apresentar a Bruxelas umas continhas ás mil maravilhas só mais tarde quem vir atrás encontrará de novo o garrote como única forma de governar e evidentemente uma vez mais vai ser o mau da fita e o povo a pagar a incompetência e o aproveitamento político.

  6. Para os que pensam que sabem ler:

    Sim. Não vão pagar mais do que estaria previsto. Mas o ideal era que pagassem o máximo que conseguissem ou isto vai tudo para os nossos tetranetos?
    E já que os iluminados sabem ler assim tão bem será que já leram os sinais evidentes de uma catástrofe anunciada? É que o modelo proposto por este governo, para quem não se lembra assente no aumento da procura interna, berrou! É tão simples quanto isto. De resto, já era previsível, menos para o arquiteto das contas deste governo. O consumo privado não evolui e até cai; o investimento nem vê-lo. Logo não há crescimento económico. E sem crescimento económico não há aumento de receitas fiscais, a não ser que agravem as taxas dos diferentes impostos. Com a despesa pública a aumentar (mesmo que o governo diga o contrário) qualquer conta que se faça dá sempre buraco. É a fórmula mágica de buraco atrás de buraco. E assim vamos todos contentes e os nossos filhos, netos, bisnetos e por aí fora que paguem tudo isto. Seria quase como se hoje em pleno século XXI ainda andássemos a pagar dívida criada no reinado de D. João VI. Haja paciência para tudo isto.
    E para os que dizem que a dívida não se paga mas se gere, devo recordar que o Madoff e vários banqueiros da nossa praça seguiam essa linha de pensamento que só é possível enquanto houver alguém a entrar com o dinheiro. Quando a torneira se fecha a dívida tem mesmo de ser paga ou vai tudo ao charco. Chutar a bola para a frente nunca foi a resolução de nada. Apenas se adia um problema cada vez maior que um dia irá rebentar.

    • Certo, mas o governo anterior andou a vender o país ao desbarato “aos amigos” (CTT, EDP, REN, ANA, etc) e a divida publica ainda aumentou!…
      Logo, não me parece que “baixar as calças” aos “abutres” seja solução!…
      Muito menos a máfias como o FMI, etc, cujo “sucesso económico “se tem visto em pouco por todo mundo…

  7. Sinais “evidentes” de uma catastrofe anunciada…hum! Soa-me a coisa de “iluminado”.
    Sempre me ensinaram que o caminho faz-se andando e que, nesse caminho, podem surgir obstáculos que teremos de ultrapassar, com perseverança e mestria e só no fim do caminho poderemos fazer o balanço. Pagar tudo rapidamente seria o ideal mas, quando vão surgindo surpresas do género Banif, que ditam rombos orçamentais não previstos, obviamente, tem de se desorçamentar noutras rubricas inscritas em Orçamento de Estado. Ora entre tirar orçamento á Seg. Social ou deixar de fazer algum adiantamento para além do acordado, sem duvida, escolho a segunda opção. A isto chama-se gestão de divida, que é aquilo que qualquer País faz, qualquer empresa faz e qualquer cidadão faz. Gerir divida não é a mesma coisa que não pagar a divida, confusão aliás, que é pouco compreensível em quem “leu bem”, ou pelo menos julgou ler melhor que os outros leitores.
    Nenhum País tem os recursos necessários para fazer face a todos os investimentos que precisa fazer, o que significa que tem de recorrer a divida. O próprio Salazar fê-lo por ocasião da construção da ponte 25 de Abril ( ou ponte Salazar ) que só há um par de anos é que acabámos de pagar. Não tivesse feito ele esta divida “útil” e provavelmente só teríamos uma ponte sobre o Tejo, 30 e tal depois da ponte 25 de Abril ( refiro-me à ponte Vasco da Gama ).
    Gerir divida é um processo normal, corrente e transversal a toda a Banca. Criar divida é outra coisa bem diferente e é esta segunda que esteve na génese da crise mundial ora, a criação de divida que muitos Estados fizeram decorreu da desregulação “selvagem” que foi praticada anos a fio pelos Bancos, com a “aval” de muitos Estados ,que abriu caminho á venda de produtos tóxicos, à ganancia, á especulação ( Madoff), etc.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.