O Governo está a negociar com a banca a concessão de um empréstimo ao Fundo de Resolução, que deverá rondar os 400 milhões de euros, com vista à capitalização do Novo Banco.
De acordo com o semanário Expresso, a abordagem foi feita na sexta-feira passada.
O montante do financiamento bancário é superior ao que tinha sido falado em outubro – que rondava os 275 milhões -, antes da aprovação do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).
Segundo o semanário, os bancos vão ser chamados para uma reunião no Ministério das Finanças. Em causa está o pedido de 598 milhões do Novo Banco ao Fundo de Resolução, por perdas registadas em 2020, um montante superior aos 476 milhões inscritos no OE, verba que foi chumbada até estarem apurados os resultados das auditorias em curso para averiguar se o Novo Banco tem pedido mais do que é suposto.
O Jornal Económico confirmou também que o Governo quer que a banca financie a totalidade da injeção de capital que o Fundo de Resolução vier a fazer no Novo Banco.
Este ano, o Governo decidiu que não iria pôr dinheiro do Estado no Fundo de Resolução, mas qualquer transferência mexe nas contas públicas.
O montante do financiamento ainda não está fechado.
Além disso, há situações que é preciso ultrapassar, como o facto de os bancos não terem de provisionar nas suas contas o que irão emprestar. Para isso, é preciso ter a certeza de que o Fundo de Resolução gera receitas para reembolsar os juros do financiamento.
Este empréstimo replica uma situação idêntica à que aconteceu em 2014, quando os bancos CGD, BCP, BPI, Santander, Popular, Montepio, BIC e Crédito Agrícola financiaram parte do valor da injeção de 4,9 mil milhões necessários para o Novo Banco no âmbito da resolução do BES.
Isto acontece numa altura em que o banco está na corrida para a compra do EuroBic, o que, segundo o Jornal de Negócios, terá provocado mal-estar na banca. O Novo Banco defende que está a concentrar a operação em Portugal, após ter acordado com o Abanca a venda da sucursal em Espanha. A transação foi decidida pela gestão de António Ramalho e não se trata de uma imposição de Bruxelas.