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“Ping-pong” suspeito. Governo está a investigar contratos da agência dos fundos europeus

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Tiago Petinga / Lusa

O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, no Parlamento.

O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, está a investigar contratos celebrados pela Agência para o Desenvolvimento e Coesão no âmbito do curto mandato de Nuno Santos à frente da entidade que gere os fundos europeus. 

Nuno Santos é presidente da Agência para o Desenvolvimento e Coesão (AD&C) desde 2020 quando deixou a empresa Inetum.

Mas cerca de 15 meses depois, o gestor está de saída para assumir um cargo internacional na Microsoft a partir do próximo dia 14 de Fevereiro.

Uma situação que causa “desconforto” e alimenta suspeitas, como nota o Expresso, uma vez que tanto a Inetum como a Microsoft são fornecedoras da Agência estatal que gere os fundos europeus.

O Governo está, assim, a investigar suspeitas por eventuais conflitos de interesses, como revela o semanário, salientando que o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, já pediu a lista dos contratos de fornecimento celebrados pela AD&C.

“É legítimo sair do privado para o público ou vice-versa. Mas não fazer ping-pong“, nota ao Expresso uma fonte próxima de Nuno Santos.

O perito em sistemas de informação foi nomeado para “modernizar a máquina dos fundos nos próximos anos”, como repara o semanário.

Durante a sua presidência, a AD&C assinou um contrato com a Inetum España Sucursal Portugal para a compra de hardware, serviços cloud e licenciamento Microsoft, como revela o mesmo jornal.

Além disso, a Agência terá assinado outro contrato no valor de “milhões de euros” para a compra de soluções de computação na cloud da Microsoft Azurre, ainda segundo o Expresso.

Fonte da Agência pública referiu ao semanário que todos os contratos em que Nuno Santos interveio e onde pudessem estar “envolvidas empresas com as quais tivesse tido algum tipo de relação” foram alvo de um pedido de escusa.

ZAP //

5 Comments

  1. Deviam era investigar porque motivo alguns projetos são aprovados e outros são chumbados. E isso acontece em todos os programas de apoio. Fala-se à boca cheia de prendas para técnicos, técnicos que são “consultores” e auxiliam na elaboração de candidaturas, projetos aprovados no programa de formação profissional a entidades apenas de membros ou amigos do partido… Ouve-se isso em todo o lado. Quem anda no meio está farto de ouvir histórias dessas no passado recente. Isso, sim, deveria ser investigado a fundo.

  2. Por esta ordem de ideias um Ministro das Finanças não pode ir para Governador do Banco de Portugal, um Médico não pode ser Ministro da Saúde ou SEC Estado, e regressar depois ao Hospital que supervisionou como Ministro, etc, etc.
    No Estado querem bom e barato, e de preferência virgem.

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