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Governo acusado da “primeira grande conspiração antissemita do século XXI”

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Comunidade Israelita Porto / Wikipedia

Sinagoga Kadoorie Mekor Haim, sede da Comunidade Judaica do Porto

A Comunidade Israelita do Porto (CIP) apresentou uma queixa na Procuradoria Europeia acusando “figuras relevantes do Governo”, do Parlamento e os media de levarem a cabo uma “conspiração antissemita”.

A intenção já tinha sido anunciada em julho e visa revelar “sinais de corrupção entre os poderes executivo, legislativo e judicial portugueses e os média”.

O documento da queixa apresentada tem 131 páginas e é intitulado “A Primeira Grande Conspiração Antissemita do Século XXI”. O Expresso teve acesso ao documento, que denuncia “um caso de impensável antissemitismo de estilo soviético” num país da União Europeia.

A CIP fala numa tentativa de difamar a “maior comunidade” judaica do país e “rejeitar politicamente” os cerca de 40 mil israelitas que obtiveram passaporte português.

A denúncia menciona o caso da atribuição de cidadania portuguesa a Roman Abramovich. “Inventaram uma história fantasiosa sobre uma ‘porta aberta’ para a imigração ilegal em troca de dinheiro”.

Desde fevereiro, a Operação Porta Aberta investiga ilegalidades na atribuição de passaportes a judeus sefarditas. A Comunidade Israelita do Porto diz que a investigação assenta em “denúncias anónimas” feitas por “malfeitores, conspiradores e agentes do Estado”.

A CIP fala ainda numa campanha contra Patrick Drahi, presidente da Altice, destinada a “evitar que judeus ricos de nacionalidade portuguesa invistam em sectores estratégicos”, ou seja, impedir a existência de “mais ‘Patricks Drahis’ em Portugal”.

A ex-ministra da Justiça Francisca van Dunem é acusada de enviar “denúncias anónimas” para que autoridades “nomeadas por ela” encetassem uma investigação criminal.

A ex-ministra da Administração Interna Constança Urbano de Sousa é acusada de integrar um “grupo antissemita” que iniciou “uma significativa campanha de difamação e humilhação” dos judeus sefarditas.

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, é também visado, dizendo-se que participou da “destruição” da lei sefardita por simpatia com a causa palestiniana.

“Em Portugal, a esquerda não tolera a imagem de um Israel forte”, lê-se na denúncia, acusando o Expresso, o Público e a RTP de serem “agentes da conspiração” e “flagrantes antissemitas”.

ZAP //

1 Comment

  1. Não compreendo a noção de “antissemitismo de estilo soviético”.
    Aprendi na escola que a União Soviética foi o primeiro estado que aprovou leis a punir o antissemitismo.
    Bem antes de leis idênticas terem sido aprovadas e implementadas nos EUA.

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