Hospital de Braga pagou mais de 27 milhões a empresa do diretor de oftalmologia. Fernando Vaz demite-se

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CUF

Fernando Vaz era diretor de oftalmologia em Braga há 15 anos.

Contratos milionários entre a unidade de saúde e a Iberoftal. Fernando Vaz demitiu-se após investigação da TVI, mas empresa mantém contratos com o hospital até 2027. Serviços eram prestados com meios e infraestruturas da ULS. 

O país está perante um novo escândalo na Saúde, com suspeitas de conflitos de interesses e pagamentos indevidos no Hospital de Braga.

Uma investigação da CNN Portugal e da TVI revela esta quinta-feira que foram feitos contratos milionários entre a unidade de saúde de oftalmologia daquele hospital e uma empresa detida, em parte, pelo então diretor do serviço.

O caso arrastava-se há 15 anos, desde que Fernando Vaz ocupava o cargo, enquanto coordenava a Iberoftal, criada em 2007. Após a investigação expor que a empresa Iberoftal, da qual Vaz detém 30% do capital, recebeu mais de 27 milhões de euros do hospital desde 2019, o diretor de oftalmologia apresentou a demissão.

Os contratos entre a Iberoftal e o hospital iniciaram-se quando a unidade ainda funcionava sob o modelo de parceria público-privada, escreve a CNN. Com a passagem para a gestão pública em 2019, os acordos terão sido mantidos, e foi a partir daí que os pagamentos à empresa aumentaram: só este ano já foram mais de 5 milhões.

Fernando Vaz também trabalhava na saúde privada, coordenando a oftalmologia do Instituto e Hospital CUF Porto.

Apesar da demissão de Fernando Vaz, a empresa mantém contratos com o hospital até, pelo menos, 2027.

Apesar de a empresa estar a ser contratada pelo hospital, os serviços eram prestados com recurso aos meios e infraestruturas da própria unidade hospitalar.

Recorde-se que a ULS de Braga tem estado na mira das autoridades devido ao regime de “produção adicional” — que permite o pagamento extra a equipas médicas por cirurgias realizadas fora do horário normal. Em 2024, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga desembolsou 17,2 milhões de euros para este tipo de produção. Algumas das cirurgias foram realizadas durante férias, domingos ou dias de expediente normal.

O serviço de dermatologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está igualmente sob investigação por alegadas irregularidades semelhantes.

ZAP //

2 Comments

  1. Enquanto estes contratos não forem anulados, e os responsáveis como este “artista” médico não forem obrigados a entregarem pelo menos um terço do valor dos contratos já efectivados (isto é para não dizer os 100% pelo abuso de poder), isto vai continuar, é roubalheira que é disto que estamos a falar à descarada.

    Culpo mais todos os ministros(as) da saúde que quer queiram quer não permitiram e continuam a permitir estes roubos às claras do que propriamente os sem alma que só vêem dinheiro e nada fazem pelos doentes, é uma nova classe de parasitas criminosos que de carácter têm zero bem assim como de empatia para com o próximo, utilizando o seu poder para gamarem à grande e à francesa, quem não gostar dos adjectivos que me diga como podemos tratar estes criminosos bem tratados e bem falantes.
    Depois de tantos escândalos já públicos, e se a ministra da saúde existisse e quisesse fazer um combate feroz a estas vigarices já o teria feito, a pergunta é: Quantos destes(as) meliantes foram presos? Quantos destes criminosos(as) entregaram o dinheiro ganho ilicitamente ao Estado? Que eu saiba nenhum, portanto o que a justiça está a dizer aos criminosos é que devem continuar porque saem sempre impunes.

    Depois dizem que não há dinheiro para nada, claro que não, se temos gente deste calibre a desviarem dinheiro a seu belo prazer como é que pode haver dinheiro para tudo sem ir à bolsa dos portugueses?

    CRIMINOSOS …

  2. Sempre a mesma merda, os casos repetem-se e como a punição é zero, o crime compensa.
    É uma vergonha ter de ser a comunicação social a desenterrar estas vigarices e não haver Governo que crie mecanismos que evite estas situações, claro não convém, são os amigos e eles próprios e o Zé paga.
    Quando maior a confusão na Saúde melhor!

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