Portugal tem de cumprir 95% da meta de alargar a rede wi-fi para quase 4500 escolas até ao fim do ano, mas o projeto ainda nem sequer arrancou. Caso falhe, o Governo arrisca sofrer um corte no PRR.
O Governo tem menos de cinco meses para expandir a cobertura de rede wi-fi em todas as escolas públicas do Ensino Básico e Secundário, uma meta crucial do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que tem de ser cumprida até ao final do ano. A falta de progresso neste objetivo pode levar a um corte no financiamento europeu.
A instalação de wi-fi em 4435 escolas públicas é uma das nove metas críticas do PRR, conforme identificado pela Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA). Para cumprir o objetivo, Portugal precisa alcançar pelo menos 95% da meta, ou seja, cobrir 4213 escolas até ao final do ano.
No entanto, a CNA alerta para os “riscos muito elevados de incumprimento” devido ao ritmo atual do projeto, sugerindo que a instalação completa só poderá ocorrer em 2026, bem além do prazo estabelecido, segundo avança o JN.
A principal causa da estagnação do projeto é o atraso no concurso público para a escolha do operador para instalar e fornecer o wi-fi. Apesar de ter arrancado há mais de 2 anos, em junho de 2022, o concurso ainda não foi decidido.
Este atraso pode também pôr em causa os planos curriculares do próximo ano letivo, já que a falta de wif-fi vai obrigar os professores a ter de preparar planos de aula alternativos devido às falhas na internet.
No plano da educação, o PRR inclui ainda a entrega de 600 mil computadores a alunos, que também ainda não foi concluída. Outro compromisso é a criação de 310 Centros Tecnológicos Especializados até março de 2025, com um investimento de 480 milhões de euros. Contudo, até ao momento, apenas 4% desta meta foi alcançada, com a previsão de apenas 65 centros até março do próximo ano.