Gorros de lã detetam os níveis de dor em gatos com osteoartrite

Uma equipa de cientistas registou a atividade cerebral em gatos com a ajuda de gorros de lã, que mantêm os elétrodos no lugar.   

Os gorros de lã feitos permitiram aos cientistas registar, pela primeira vez, eletroencefalogramas (EEG) em gatos acordados, o que poderá ajudar a avaliar os seus níveis de dor devido à osteoartrite.

Esta doença degenerativa causa o desgaste da cartilagem e a inflamação dos tecidos articulares, afetando de forma acentuada a mobilidade dos gatos.

Segundo a New Scientist, os EEG são úteis para avaliar os efeitos dos tratamentos desta doença, uma vez que podem mostrar as respostas do cérebro à dor e à estimulação dos sentidos. Até agora, os únicos EEGs efetuados em gatos foram realizados em animais sedados.

Num novo estudo, publicado no mês passado no Journal of Neuroscience Methods, os investigadores colocaram elétrodos na cabeça de 11 gatos adultos acordados, todos eles com osteoartrite, para registar a sua atividade cerebral em resposta a uma variedade de substâncias e à observação de diferentes comprimentos de ondas de luz.

Em contrapartida, os gatos abanavam regularmente a cabeça, o que fazia com que os elétrodos caíssem ou saíssem do lugar.

“Quando se passa mais tempo a colocar os elétrodos do que a registar os EEGs, é preciso ser criativo”, diz a primeira autora do estudo, Aliénor Delsart.

Com as novas toucas colocadas, os investigadores verificaram que os elétrodos se mantinham em posição e que os gatos já não tentavam brincar ou mastigar os fios.

As gravações de EEG nos gatos acordados eram, na sua maioria, utilizáveis, embora algumas ainda tivessem demasiada interferência dos movimentos da cabeça dos gatos. No entanto, os resultados permitiram à equipa determinar a atividade cerebral relacionada com os níveis de dor dos gatos e as reações a vários cheiros e luzes coloridas.

A equipa espera utilizar as cápsulas de EEG em estudos futuros para determinar a forma como vários tratamentos, incluindo medicamentos e terapias alternativas como odores e iluminação, afetam a perceção da dor dos gatos.

Soraia Ferreira, ZAP //

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