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Google mapeou um bocado do cérebro com o maior detalhe possível

Google / Lichtman Laboratory

A Google ajudou a criar o mapa mais detalhado das ligações dentro do cérebro humano, revelando aquilo que pode ser um novo tipo de neurónio.

O mapa do cérebro humano inclui 50 mil células, com 130 milhões de conexões entre neurónios, chamadas de sinapses. Toda esta informação está disponível online e contém 1,4 petabytes — cerca de 700 vezes mais capacidade do que o típico computador moderno.

Citado pela New Scientist, Viren Jain, investigador da Google Research, diz que o mapa tem tanta informação que ele e os seus colegas ainda não o estudaram na sua integridade.

“Há algo um pouco emocional nisto”, diz Catherine Dulac, da Universidade de Harvard, que não esteve envolvida no estudo, acrescentando que esta é a primeira vez que vimos a estrutura real de um bocado tão grande do cérebro humano.

A equipa de investigadores pegou precisamente num pedaço de cérebro humano e usou machine learning para reconstruir as teias que ligam um neurónio a outro e rotularam os diferentes tipos de células.

“Todo o conjunto de dados que produzimos é um milímetro cúbico, que geralmente é um pixel numa ressonância magnética”, diz Viren Jain. “É interessante descobrir tudo sob o capô de um pixel de uma ressonância magnética”.

Os investigadores da Google repararam que havia uma grande discrepância no número de conexões entre os neurónios. Enquanto a maioria dos neurónios apenas se ligava a um ou dois neurónios, outros formaram até 20 sinapses num único neurónio-alvo.

“Há muitas coisas que o nosso cérebro faz por cognição, pensando, confundindo e tomando uma decisão, e há muitas coisas que fazemos automaticamente que não poderiam ter vindo geneticamente”, diz Jeff Lichtman, líder da equipa de investigadores que forneceu a amostra do cérebro humano. Travar quando vemos um sinal vermelho é um exemplo disto.

A equipa também encontrou pares misteriosos de neurónios nas profundezas do córtex que não tinham sido observados antes. As duas células apontavam exatamente na direção oposta no mesmo eixo, mas ninguém sabe porquê.

Daniel Costa, ZAP //

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