Esquema tem várias vertentes, entre uma alegada proposta de emprego directa ou um lembrete de algo que nunca existiu.
“Olá. O meu nome é (…) e sou da empresa (…). Estou a contactar-te porque recebemos a tua candidatura à vaga de emprego na nossa empresa. Ainda estás interessado?”.
Este tipo de mensagens, provavelmente escritas em inglês, já começa a aparecer em telemóveis de portugueses que utilizem o WhatsApp.
Do que conseguimos apurar, estas tentativas de golpe chegaram a Portugal e os destinatários são aleatórios.
Quem não está à procura de emprego, e sabe que nem enviou currículo para lado nenhum, vai ignorar imediatamente, em princípio.
No entanto, quem procura emprego, e sobretudo quem já enviou tantas candidaturas, incluindo internacionais – que já nem se lembra do nome de todas – poderá prosseguir a conversa.
O portal Olhar Digital, que dá um nome a este esquema, o “golpe do emprego”, explica que a mensagem é enviada de um número de telemóvel de outro país.
Se o utilizador do WhatsApp começa a responder, a suposta empresa começa por propor tarefas simples e rápidas (como fazer “gosto” em vídeos do TikTok) e promete que vai pagar por isso.
Mas, com o desenrolar do diálogo, surgem pedidos de investimento de dinheiro em plataformas duvidosas.
Os criminosos tentam roubar dinheiro e informações pessoais, apresentando links com esse intuito, para depois clonar cartões ou conseguir empréstimos bancários em nome da vítima.
Ou também pedem dinheiro antecipado para o (suposto) candidato garantir logo o (suposto) emprego.
Como lembrou o director empresarial James Tuckett, é preciso estar atento. As empresas – reais – contactam os interessados através de um telefonema, ou através de um e-mail.
Na sua publicação no LinkedIn, James indicava que cerca de 70% dos utilizadores do WhatsApp (no Reino Unido) já tinham recebido mensagens deste género.
Já há empresas de recrutamento a deixar alertas sobre este esquema criminoso. A EMR, por exemplo, pede aos utilizadores do WhatsApp para bloquearem esses números e denunciar a conversa. E reforça: a empresa não contacta as pessoas pelo WhatsApp.
Evitar estes esquemas, tal como outros, passa por não prolongar conversas com desconhecidos, não dar dados pessoais ou bancários, nem carregar em links.