O Comando Territorial de Faro, através do Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) de Portimão, identificou um homem de 44 anos de idade, pela ignição de um incêndio rural em Aljezur.
Segundo o comunicado enviado pelo Comando Territorial de Faro da GNR, e citado pelo Observador, o homem “encontrava-se a efetuar trabalhos de gestão de combustível, com recurso a uma motorroçadora, quando o equipamento entrou em sobreaquecimento após três horas de utilização, provocando a emissão de fagulhas provenientes do escape, dando-se início ao incêndio”.
O indivíduo, que trabalhava sozinho, “deu o alerta às autoridades e ainda tentou extinguir o incêndio com recurso a uma mangueira”, no entanto, atendendo ao “acentuado declive do terreno e às condições climatéricas”, não o conseguiu extinguir, levando a que o mesmo se propagasse.
Os factos vão ser remetidos ao Tribunal Judicial de Lagos.
A GNR indica que a grande maioria dos incêndios registados no último ano teve origem na realização de trabalhos de gestão de combustível, queimadas e queimas de sobrantes de exploração, pelo que a GNR alerta para que se evitem comportamentos de risco nos espaços florestais e agrícolas. Em caso de incêndio, deve ligar-se de imediato para o 112, transmitindo de forma sucinta e precisa a localização, a dimensão estimada e a forma de acesso mais rápida ao local.
O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Aljezur, no Algarve, foi dado como dominado às 9h10 deste sábado. Os operacionais que estiveram no teatro de operações “foram incansáveis”, o que permitiu dominar o incêndio no período da manhã, afirmou o segundo comandante, Abel Gomes, em conferência de imprensa em Budens, Vila do Bispo.
Contudo, apesar do incêndio de Vilarinha estar dado como dominado, continuam a existir “pontos muito sensíveis”, que “oferecem grande preocupação” aos bombeiros. “Face às condições meteorológicas que se preveem para o dia de hoje, podemos ter uma situação a reverter-se a qualquer momento”, avisou o responsável.
“Temos a perfeita consciência que vamos ter situações de projeções criadas naturalmente por reativações que vão acontecer durante o dia”, disse Abel Gomes.
Perante este cenário, avançou, vai manter-se todo o dispositivo no “teatro de operações” porque vai haver “certamente trabalho não para as próximas horas, mas para os próximos dias”, sendo preciso acautelar que “todo o trabalho que foi feito agora não é perdido”.
Segundo Abel Gomes, a noite passada foi “muito trabalhosa”: “Tivemos uma meteorologia que quase sempre contrariou aquilo que eram as previsões. Muito mais grave em termos meteorológicos, a velocidade do vento que se fazia sentir foi sempre muito superior àquilo que eram as previsões”.
Uma situação que “dificultou a tarefa dos operacionais” e que não permitiu dominar o incêndio ainda durante o período noturno como pretendiam.
“Também associado a este fenómeno a orografia não permitiu que houvesse acessibilidade a todas os locais da frente de fogo” pelo que tiveram que ser criadas condições pelas máquinas de rastos e pelos operacionais para que fosse possível obter os resultados esta manhã.
Segundo a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 10h30, estavam no combate ao incêndio 461 operacionais, apoiados por 145 meios terrestres e seis meios aéreos.
O incêndio de Aljezur obrigou à retirada de 25 a 30 pessoas de habitações dispersas que se encontravam próximas da frente de fogo.
ZAP // Lusa