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Globo e Operação Lava-Jato são “aliadas, amigas, parceiras e sócias”, diz Glenn Greenwald

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gageskidmore / Flickr

Glenn Greenwald

Glenn Greenwald, um dos três jornalistas que revelaram a troca de mensagens entre o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, afirmou numa entrevista recente que a Globo e a Operação Lava-Jato são “aliadas, amigas, parceiras e sócias”.

Numa entrevista à Agência Pública, Glenn Greenwald, um dos três jornalistas que revelaram a troca de mensagens entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol em trabalhos publicados no site The Intercept Brasil, afirmou que os documentos mostram como o juiz e o procurador “trabalham com a Globo”.

O jornalista deu a entender que os próximos trabalhos do site de investigação podem ser sobre essa suposta relação. “A Globo foi para a Lava-Jato aliada, amiga, parceira, sócia. Assim como a Lava-Jato foi o mesmo para a Globo”, disse.

Ainda assim, a crítica de Greenwald não é apenas à Globo e estende-se também ao Estadão e à revista Veja que “estavam o tempo todo simplesmente recebendo vazamentos, publicando o que a [Lava-Jato] queria que eles publicassem”.

Segundo o Público, o jornalista não deixou de reconhecer que “os grandes media estão reportando o material [do Intercept Brasil] de forma mais ou menos justa, com a gravidade que merece”. No Brasil, o caso é já conhecido por “Vaza-Jato” e há até quem o compare ao escândalo Watergate, que levou à queda do Presidente norte-americano Richard Nixon.

Às críticas que tem recebido sobre a seriedade das reportagens, o jornalista responde que não é o WikiLeaks de Julian Assange. “Não estamos apenas publicando material que nós temos, sem contexto, ou reportando sem entender, sem analisar, sem pesquisar. Estamos fazendo jornalismo.”

O co-fundador do The Intercept Brasil garantiu ainda ter “a responsabilidade jornalística” de demorar o tempo que for preciso para “confirmar que tudo é verdade”.

A reportagem foi publicada no passado domingo e, desde esse dia, Greenwald e o marido, o deputado federal do PSOL David Miranda, têm sido alvo de ameaças de morte e ataques homofóbicos. Durante a entrevista, o jornalista garantiu estar “pronto” para o pior e admitiu já ter adotado medidas de segurança para se proteger a si e à sua fonte.

“Sabíamos que tudo isso iria acontecer, mas o que podíamos fazer? Há jornalistas cobrindo guerras. Há jornalistas sem visibilidade investigando corrupção contra pessoas muito perigosas. Se você não quer esses riscos, você não deve fazer jornalismo”, disse.

ZAP //

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