Maçã “envenenada” por zanga de irmãos: Desfruta na falência com dívida milionária

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Gigante das maçãs entrou em insolvência este ano após desentendimentos entre os donos. Devem mais de 10 milhões de euros a 152 credores.

A dever mais de 10,8 milhões de euros a 152 credores e com uma queda milionária nas vendas em 2022, a grande operadora portuguesa no setor de maçãs Desfruta enfrentou uma dramática reviravolta financeira antes de chegar à insolvência este ano.

Fundada em Moimenta da Beira em 2007 por Ana Bela Carvalho, a empresa, inicialmente chamada Desirefresca, começou com um capital social de cinco mil euros, que foi posteriormente aumentado para 25 mil euros, segundo o Jornal de Negócios.

Com a entrada de novos sócios, a Desfruta tornou-se uma sociedade anónima em 2016 e rapidamente ascendeu a uma das principais operadoras de maçã de Portugal.

Detida a meias pelos irmãos Carvalho, a Desfruta exportava para mercados internacionais como Brasil, Angola, Dubai e Líbia, mas viu sua faturação cair de 13,4 milhões de euros em 2021 para 9,8 milhões em 2022, um declínio financeiro exacerbado por desentendimentos internos entre os dois irmãos que levaram à renúncia de Bruno Carvalho da administração.

A situação agravou-se com uma série de desafios externos, incluindo a pandemia de COVID-19, a guerra na Ucrânia, e um aumento significativo na inflação, especialmente nos custos de combustíveis e energia e o colapso chegou.

A empresa acumulou uma dívida acumulada de quase 11 milhões de euros e uma lista de 152 credores, liderada pelo Crédito Agrícola. Entre os credores estavam importantes instituições bancárias e entidades estatais, como o Fisco e a Segurança Social.

O plano de recuperação foi rejeitado pela maioria dos credores, levando à declaração de insolvência a 31 de julho e ao subsequente despedimento dos cerca de 40 trabalhadores da empresa.

A história da Desfruta é marcada por uma série de decisões estratégicas arriscadas, incluindo um significativo investimento em 2014 para aumentar a capacidade industrial da empresa. A expansão foi baseada na expectativa de um aumento na produção regional de maçãs, o que não se concretizou.

A fusão com a Nave Norte em 2019 também não atingiu os resultados esperados, e a empresa teve dificuldades em rentabilizar a nova capacidade industrial instalada.

A tentativa da Desfruta de contornar os problemas de produção interna, recorrendo à importação de matéria-prima, resultou em custos adicionais que neutralizaram quaisquer lucros potenciais.

As campanhas de 2021 e 2022 não corresponderam às expectativas, e os efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia só agravaram a situação já precária da empresa.

ZAP //

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1 Comment

  1. Não é de surprender ! EM Portugal as empresas que têm um crescimento abrupto e começam a ver dinheiro por todo o lado
    são como cigarra quando deveriam ter o comportamento da formiga.
    E peço desculpa mas estar a contar com o ovo do c.. da galinha quanto a ter mais produção de fruta é de todo inaceitável.
    Até podem ter comprado Ferraris e esbanjado dinheiro mas tinham sempre um 2º problema que existe desde sempre a
    nivel de gestão de empresas : gestão familiar ! Onde há familia metida dá sempre confusão !!! Tenho dito !!!

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