O franco-brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Renault-Nissan, terá usado verbas da empresa para fins pessoais – para pagar casas, férias e até pacotes de batatas fritas, concluiu uma nova investigação.
Ghosn está detido e foi oficialmente acusado pelo Ministério Público japonês de irregularidades financeiras, designadamente por ter alegadamente ocultado rendimentos da empresa durante cerca de cinco anos.
Mas uma nova investigação da agência de notícias Reuters aponta que Ghosn é também suspeito de ter desviado dinheiro da Renault-Nissan para efectuar pagamentos pessoais.
Através de um Fundo criado na empresa para fazer face a despesas não planeadas, intitulado “The CEO Reserve”, Ghosn terá pago a compra de casas no Rio de Janeiro, em Beirute e em Paris, férias para a família, quotas de um clube de iate e até pacotes de batatas fritas.
Aqueles gastos foram detectados pela Reuters nos registos financeiros do Fundo que chegava a ter dezenas de milhões de euros.
Os pagamentos seriam efectuados em pequenas quantidades, supostamente para não levantar suspeitas, através da empresa holandesa Zi-A Capital BV.
Ghosn continua detido em Tóquio, tendo passado do herói que salvou a Renault e a Nissan da falência para um vilão acusado de corrupção.
O executivo vai continuar detido, pelo menos, até 20 de Dezembro, altura em que as autoridades japonesas têm que avançar com novas acusações contra ele, ou pedir o alargamento do período de detenção para continuar a investigação.
Entretanto, o conselho de administração da empresa ainda não conseguiu chegar a consenso quanto ao nome do sucessor de Ghosn.