Foram quase duas centenas de gestores do segmento de dispositivos móveis da Samsung que devolveram uma porção dos seus bónus à empresa, que se prepara para comunicar os piores resultados trimestrais do último par de anos.
Nos primeiros dias de julho, a Samsung havia já anunciado que os lucros operacionais neste segundo trimestre deveriam ficar verdadeiramente aquém do que fora estimado pelos analistas.
O pontífice do fabrico de smartphones tem estado a batalhar uma atrofia do crescimento do mercado e uma exponencial intensificação da competição.
A iniciativa para devolver uma porção dos bónus foi, em parte, um gesto que intenta refletir o compromisso dos gestores em assumir a responsabilidade pelas quebras nos lucros. Por outro lado, é também uma forma de demonstrar que a administração da tecnológica está empenhada em reverter a situação angustiante pela qual passa a Samsung.
Atitudes desta natureza não são exatamente insólitas no universo empresarial sul-coreano. Várias foram já as vezes em que membros séniores de uma empresa retornaram parte dos seus ganhos quando a organização atravessava mares revoltos.
Os media da Coreia do Sul noticiaram que a parcelas dos bónus restituídas à Samsung deverão ultrapassar os 2,92 mil milhões de dólares.
O outrora lucrativo segmento de smartphones da tecnológica tem vindo a perder terreno, e quota de mercado, para rivais chinesas como a Lenovo e a Xiaomi, que apostam cada vez mais fortemente na produção de smartphones baratos que integram funcionalidades de alta-qualidade.
Uma investigação da consultora Counterpoint revelou que no passado mês de maio o Galaxy S5 foi superado, em termos de vendas, pelo iPhone 5 da Apple, o que significa que o smartphone da sul-coreana não tem tido o sucesso esperado.