Uma equipa de investigadores do Instituto Max Planck na Holanda descobriu que os gestos das mãos, que são muitas vezes usados pelas pessoas quando falam, podem influenciar a maneira como as palavras são ouvidas e interpretadas pelas outras pessoas.
No artigo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B, os especialistas descrevem experiências que fizeram com voluntários, em que estes assistiram a vídeos de pessoas a falar com e sem gestos.
A prática de fazer gestos com as mãos enquanto se fala é bastante comum em políticos e em campanhas de marketing que, por exemplo, aparecem na televisão – mas será que esses gestos têm impacto na mensagem que se passa a quem está a ouvir?
Os investigadores tentaram encontrar a resposta para essa questão, mostrando aos voluntários vídeos de várias pessoas a falar em diferentes situações. De seguida, a equipa fez perguntas aos participantes sobre tudo aquilo que ouviram anteriormente.
Durante a análise, o locutor deveria enfatizar diferentes partes das palavras numa frase, como por exemplo “ob” na palavra “objeto”. Podia também fazer diferentes tipos de gestos com as mãos, às vezes, de modo a coincidir com a parte da palavra que estes queriam enfatizar e outras vezes aleatoriamente.
Depois de questionarem os voluntários, os especialistas perceberam que os ouvintes davam mais peso às sílabas faladas em conjunto com gestos das mãos – em 20% dos casos os participantes foram mais propensos a ouvir e interpretar a palavra falada.
Porém, quando ocorriam incompatibilidades entre as palavras faladas e os gestos com as mãos, os ouvintes tiveram 40% mais de probabilidade de ouvir o som errado.
De acordo com o Phys, a equipa acredita que as descobertas mostram que os gestos das mãos são uma parte importante da comunicação cara a cara, porque têm um impacto claro sobre o que as pessoas estão a ouvir.
Sugerem ainda que responder a gestos com as mãos, enquanto alguém está a falar, pode ser aprendido à medida que a pessoa está a crescer.