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“Acordo às 6h e chego depois das 8h”: o problema da gestão do tempo

É problema grave chamado ‘Feitiço do tempo’. Porque o tempo é “um feitiço, uma ilusão”.

Não é a primeira vez que trazemos este tema ao ZAP. Dificilmente será a última.

Há uns meses, centrámo-nos na parte de (aparentemente) estarmos sempre muito ocupados. Tão ocupados que nem dá para marcar aquele jantar que está falado há meses.

Agora, Analita Alves dos Santos traz a sua experiência que é mais uma perspectiva que encaixa neste assunto.

Num texto que mistura ficção com realidade, a escritora começa por admitir que tem um “grave problema” de gestão do tempo. Não chega a horas aos sítios, não deixas as crianças na escola à hora suposta.

Preguiça de manhã? Nem por isso: “Acontece-me acordar às 6h da manhã para chegar antes das 8h ao ginásio e ser recebida com um “Boa tarde!” irónico do personal trainer” – porque já chegou tarde.

Há sempre um “infinito de imprevistos” a atrasar o dia. E as crianças também alteram horários, lembra, no seu texto no Repórter Sombra.

Soluções: preparar no dia anterior, fazer uma lista, adiantar o relógio… Já experimentou tudo. Alguma coisa resultou mesmo? Não. Porque rompe-se o collant, porque os óculos de sol desaparecem, porque o comando da garagem avaria…

Chegou a estar parada na Estrada Nacional 125 a ver uma pata e os seus nove patinhos, indecisos, a ver se atravessavam a estrada. Chegou atrasada a um almoço de negócios por causa disso.

Mas, apesar de tudo, Analita já não fica em stress por causa destes atrasos. É algo crónico, faz parte, passou a aceitar.

O essencial é avisar a outra pessoa que vai chegar atrasada – embora possa dizer que vai chegar 10 minutos atrasada e, na realidade, o atraso acaba por ser maior.

O tempo cria outra questão: a intensidade de cada dia. Começar cedo, acabar tarde, vários papéis num só dia.

A formadora consegue gerir a agenda, mas aí entra o problema da “angústia latente”. É a sensação de que “o tempo passa demasiado rápido”.

“Uma hora transforma-se num dia. Uma semana, num mês. E quando estou de novo com as pessoas que amo após um hiato temporal, parece que uma eternidade nos separou”, escreve Analita.

Este parágrafo anterior está relacionado com outro factor: “Sofro de um estranho caso de saudade aguda“. Não é preciso passar muito tempo para Analita Alves dos Santos ter saudades de alguém.

Para fechar a partilha: “O tempo é um feitiço, uma ilusão. Devemos aproveitar cada momento, mesmo que os ponteiros estejam atrasados ou que a saudade nos consuma”.

ZAP //

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