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Nova geringonça à vista? Rui Rio mostra-se disposto a governar mesmo sem vencer eleições

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ppdpsd / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio

São muitos os sinais que tem dado. Rui Rio está disponível para liderar uma futura maioria de direita se esta vier a surgir no quadro de futuras eleições legislativas – mesmo que o PSD seja a segunda força mais votada. O que reservam as legislativas de 2021?

Tendo em conta algumas sondagens e estatísticas, o partido está consciente da improvável vitória do PSD sobre os socialistas, mas o quartel-general de Rui Rio já vai olhando para todas as opções – e repetir o que António Costa fez em 2015 não está excluído, escreve o Observador.

Ao observador, um alto dirigente social-democrata, refere que “há um antes e um depois dos Açores. A relação política entre Rui Rio e António Costa mudou. O PS está em pré-campanha eleitoral e nós vamos estar prontos para isso”, antecipando assim os planos do PSD para o próximo ano eleitoral.

Em 2018, quando enfrentou Pedro Santana Lopes pela liderança do PSD, Rio chegou a dizer, que jamais faria o que António Costa fez a Pedro Passos Coelho. Contudo, nos últimos tempos o líder social-democrata afirmou, por diversas vezes, que, na impossibilidade de ganhar, o grande objetivo do PSD teria de ser afastar o Bloco de Esquerda e o PCP da esfera do poder.

Como refere o Observador, a disponibilidade para ser primeiro-ministro mesmo sem ganhar eleições não é uma incoerência face a posições anteriores, mas sim uma evolução. Ainda assim, para já, todas as conjeturas não passam disso mesmo.

Para já, não existe uma única sondagem que dê maioria ao bloco das direitas, há uma grande imprevisibilidade em torno do calendário eleitoral e cada partido à sua maneira enfrenta dificuldades.

O PSD não compreende Francisco Rodrigues dos Santos e está escaldado com a sede de protagonismo de André Ventura. O CDS sente-se traído pela forma como Rui Rio entregou os pontos ao Chega nos Açores e despreza Ventura. O Chega quer crescer à custa de todos e a todo custo. A Iniciativa Liberal sente-se parte de outro filme, mas terá de desempenhar o papel que lhe for reservado.

Apesar de tudo, a direita quer governar, mas o caminho a percorrer até lá chegar pode não fácil.

No entanto, parece que Rio já começa a plantar, o que espera vir a colher no próximo ano. O Orçamento do Estado para 2021, e o travão a novas injeções de capital no Novo Banco, marcaram o regresso à estratégia definida no arranque da legislatura. Rio está a jogar ao ataque.

Na última entrevista que deu, à TVI, Rui Rio assumiu que não acreditava que o Governo fosse capaz de aguentar até ao final da legislatura e que se sentia mais perto de ser primeiro-ministro. O quartel-general de Rio tem como adquirido que o desgaste de cinco anos de governação terá como pináculo as eleições autárquicas de 2021.

Mesmo moderando as expectativas — Rio já assumiu que o objetivo primeiro, mais do que ganhar as autárquicas, é crescer em número de mandatos –, os sociais-democratas sabem que precisam de ganhar tração. E vão dando sinais de querer forjar alianças, a nível local, com as outras forças à direita, CDS, Iniciativa Liberal e Chega.

Nesse sentido, a aliança nos Açores, mesmo sendo irrepetível nos termos em que foi desenhada, teve, pelo menos, uma vantagem: ajudou a tornar mais claro o tabuleiro político.

Uma estratégia assente nestes eixos pode, no entanto, não ser suficiente para convencer, por si só, os eleitores.

Mesmo que entre a equipa social-democrata exista o entendimento, é preciso convencer uma parte do eleitorado que deixou de confiar no PSD: os mais velhos e pensionistas. É por esta razão que Rio insiste em romper com o legado de Pedro Passos Coelho, e começa agora a construir o seu caminho.

ZAP //

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10 Comments

  1. Já vi que o pastor Edir Ventura, com a fominha de tacho, está disponível para tudo. Até para levar na bilha. Depois sentar dói um bocadinho, mas hirudoid alivia.

    • Synalr rectal Este Ventura já serviu agora para salvar o orçamento do Costa, o tal que nada queria com a extrema-direita, só com extrema-esquerda a tal que está a dar rotura. Quanto ao Rio, começa a aprender a lição do Costa. Na vida anda-se sempre a aprender!

  2. Se o Costa se tem aliado a toda a esquerdalhada para estar no poleiro, porque é que o Rio não se há de aliar a quem ele quiser???

    • A pergunta certa é ….qual dos dois extremos é o mais nefasto !…….a data de hoje a “Democracia” e o voto Democrático ainda permite varias opções !—Nessas regiões designadas de “Corno de África”…em termos de DEMOCRACIA ..o que tem a dizer ??????

  3. Rui Rio está disposto a governar, mesmo sem vitória eleitoral.
    Rui Rio está disposto a levar com uma colher de pau na cabeça por não deixar o arroz cozer.

    Este gajo vai de mal a pior.

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