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“Pensam que somos apenas amigas”: as gémeas que nasceram com a cor da pele diferente

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National Geographic / Hammond Robin

Quando as duas eram pequenas, as pessoas olhavam-nas com espanto. Gémeas bivitelinas e filhas de mãe inglesa e de pai com ascendência jamaicana, Marcia e Millie Biggs eram muito parecidas, exceto por um aspeto: a cor da pele. Uma era branca e loira e a outra negra.

As crianças, hoje com 11 anos, estampam a capa da edição de abril da National Geographic, dedicada a debater como a raça “nos define, nos separa e nos une”. A fotografia das gémeas é acompanhada pelas frases: “Essas irmãs gémeas fazem-nos repensar tudo o que sabemos sobre raça”.

As “meninas milagre“, como a mãe lhes chama, fazem parte de um grupo muito restrito de irmãos gémeos que têm cores de pele diferentes, segundo o Observador.

Ao nascerem, com as feições muito similares, a cor da pele era o que as distinguia. Com o cabelo loiro e pele clara, Marcia herdou os traços da mãe, e Millie, de cabelos castanhos e pele escura, foi buscar os seus traços ao pai.

Passados 11 anos, as diferenças entre as duas são mais visíveis, mas nem por isso são alvo de discriminação, antes, conta a mãe, são alvo de mentes curiosas. Com o passar do tempo, diz, “as pessoas começaram a ver a sua beleza“.

“Quando eram bebés, as pessoas olhavam para elas no carrinho e perguntavam: ‘Mas são gêmeas?'”, diz a mãe, Amanda Wanklin, à revista. Ao ouvir a resposta afirmativa, ela ouvia de volta: “Mas uma branca e outra é negra”. Ao que Wanklin respondia: “São os genes“.

“Quando as pessoas nos veem, pensam que somos apenas melhores amigas”, diz Marcia à publicação. “Quando descobrem que somos gémeas, ficam chocadas porque uma é negra e a outra branca.”

Numa gestação de gémeos bivitelinos, cada óvulo é fecundado por espermatozoides diferentes. Assim, os bebés podem herdar características genéticas distintas, como por exemplo a cor da pele.

A geneticista Alicia Martin diz à revista que não é tão raro que, quando um casal interracial tem gémeos bivitelinos, um se pareça mais com um dos pais do que o outro.

A especialista diz que cada traço herdado pelos gémeos depende de inúmeras variáveis, incluindo de onde são os antepassados dos pais e a complexa genética que define a cor da pele.

Na internet, há outras crianças gémeas de cor de pele diferente que fazem sucesso nas redes sociais. É o caso de Isabella e Gabriella, com mais de 50 mil seguidores na conta do Instagram da mãe, Clementina Shipley.

// BBC

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