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Os gatos do Antigo Egito não tinham a aparência que se pensava

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A nossa perceção do mundo antigo é formada a partir das relíquias sobreviventes desse tempo. E, apesar de estas relíquias terem durado tantos anos, não significa que sejam garantidamente boas representações.

A beleza de mármore branco que atribuímos às estátuas gregas clássicas e romanas surge da longa pintura desbotada e realista que estas estátuas outrora traziam. O brilhante calcário das pirâmides maias hoje brilha contra o fundo de uma selva verde profunda, mas os edifícios foram pintados de cima a baixo em vermelhos, azuis e verdes. Quanto ao imponente gato negro do antigo Egito, também não aparentava ser como se pensava.

Os objetos do mundo antigo que sobreviveram até ao nosso tempo são, inevitavelmente, os objetos mais duradouros. Mas, durabilidade não é uma garantia de que estas relíquias são boas representações dos comportamentos e interesses dos nossos ancestrais.

Evidências circunstanciais sugerem, por exemplo, que os governantes das antigas cidades maias mantiveram numerosos livros de papel de casca de árvore. Os arredores húmidos da floresta, no entanto, asseguravam que os livros não sobreviviam de forma legível. Da mesma forma, as esculturas de pedra e metal de gatos egípcios antigos moldaram as nossas suposições sobre a aparência dos gatos.

A imagem icónica de um gato egípcio surge de objetos como a estatueta de bronze com chumbo do Metropolitan Museum of Art. Numerosas estatuetas como esta foram feitas durante os períodos Ptolemaico e Tardio do Antigo Egito como vasos para guardar os restos mumificados de gatos domésticos. O caráter comum dessa forma e a coloração escura do metal leva à impressão popular de que os gatos egípcios antigos tinham pêlo negro.

Se nos voltarmos para o registo menos conhecido de pinturas de sepulturas egípcias, no entanto, encontramos gatos de uma aparência distintamente diferente.

A imagem do mesmo museu apresenta um gato malhado nas paredes do Túmulo de Sennedjem no local de Deir el-Medina. A natureza fantástica da imagem com o gato a decapitar uma serpente, com recurso a uma lâmina é uma referência visual frequentemente repetida ao Livro Egípcio dos Mortos, em que um gato é representado a derrotar o inimigo divino do deus sol.

Outra imagem do túmulo de Nakht, em Thebes, apresenta uma cena mais doméstica, na qual está presente outro gato malhado. O animal está a comer um peixe debaixo de uma cadeira onde os seus companheiros humanos se sentam.

Este padrão de gatos malhados continua durante a arte de mural egípcia, apresentando uma imagem bem diferente da que se vê nos gatos pretos e austeros representados pelas esculturas.

A presença de gatos malhados no Egito antigo é suportado por um estudo recente, publicado na revista Nature Ecology & Evolution.

As descobertas científicas foram reforçadas por um estudo não apenas de pinturas egípcias, mas de representações de gatos de muitas culturas diferentes. Este trabalho descobriu que, em todo o mundo antigo, gatos malhados eram representados principalmente como listrados.

As imagens têm uma capacidade poderosa de moldar a maneira como pensamos, portanto, cabe-nos a nós considerar de onde estas imagens vêm. Isto é duplamente importante quando se lida com as poucas imagens escassas que sobrevivem do mundo antigo.

ZAP // Forbes

26 Comments

  1. Parabenizo esse site por disponibilizar matérias muito interessantes, proporcionando aos seus leitores uma leitura agradável, eclética e atualizada.

    • Parabenizar!… Basta de “brasilianismos” na língua portuguesa (de Portugal). Já nos chega o que nos é insuflado constantemente através das telenovelas… Uma vez que estamos em Portugal, que escrevamos no mínimo o português correcto, para desgraça já basta o novo Acordo Ortográfico que nunca deveria ter surgido.

      • Não entendo seu preconceito ao português brasileiro. Sou brasileiro e amo este site. Acho muito informativo e simples de se entender. O acordo ortográfico vê com o objetivo de aproximar as duas variantes de português. E não existe português CORRETO, já que cada localidade fala da sua maneira e escreve do seu jeito. A mesma coisa do inglês, não tem uma variante mais certa ou não. Creio que desde já, você possa estar mudando sua atitude.

    • So pode estar a brincar. Patabenizo vem fo verbo Parabenizar e é uma palavra 100% portuguesa de Portugal. Talvez a Ligia devesse ter prestado mais atenção na escola assim o seu analfabetismo não seria tão gritante. Tenha vergonha!

      • Parabenizar, registado nos dicionários Aurélio e Michaelis, é um vocábulo próprio do português do Brasil.
        Você começou a frequentar a escola há pouco tempo?
        Já agora, porque razão a Lígia deveria ter prestado mais atenção na escola?
        Foi ela que utilizou o “parabenizo”, com o qual a EU concorda eh eh…
        E porque razão o Petrus deveria ter vergonha?
        Você está toda baralhada …
        Um abraço

      • E por que razão o amigo não sabe utilizar o porque, por que, porquê e por quê? Porquê?

      • “Patabenizo vem fo verbo” e erros de pontuação terão sido culpa do teclado?…
        Se foram, tente aceitar que os “porquês” e os “por quês” também possam ter sido…
        E sem ataques ou ofensas, fica mais bonito …

      • Esses “ataques ou ofensas” de que fala dos porquês e porquês por que. Não fui eu que comentei. Foi outra pessoa. Não tenho necessidade de fazer isso nem fazer outras contas para vir para aqui insultar ninguém. Concordei desde o início que PARABENIZAR está correcto!
        O meu comentário não era para a Ligia e já foi feito em Fevereiro. A conta de escrever no telemóvel é possível que tenha sido gafe ou autocorretor. Apoiei a Ligia e critiquei o fulano de nome OBSERVADOR.
        Passe bem, ou não. Tanto me faz.

  2. Parabenizar, registado nos dicionários Aurélio e Michaelis, é um vocábulo próprio do português do Brasil.
    Só porque tomou conhecimento deste “parabenizar” depois dos “intercâmbios” e Acordos Ortopédicos (perdão… Ortográficos), não quer dizer que esteja correcto!

    • Reitero a minha afirmação, Jo…
      “Parabenizar” é exclusivo do português do Brasil.
      (Parabentear, embora tenha caído em quase total desuso, é o termo correcto em português de Portugal)
      Como passou a ser corrente o uso de “dar os parabéns”, o termo anterior foi ficando “na prateleira”.
      a) Gente inculta
      (eh eh eh)

  3. existem uns tugas que sofrem de pruridos e nunca se adaptaram às mudanças atuais e esquecem-se que se não os brazucas as língua tuga em poucas décadas desaparecia da face da terra. enfim pruridos

    • Se o/a direita=esquerda é um bom exemplo da utilização da língua que vos ensinámos, acredito que, em pouquíssimos anos ela desapareça mesmo…
      Tente utilizar as maiúsculas no início das frases (e depois de um ponto final) e as vírgulas onde são necessárias.
      E deste lado do oceano, onde vos recebemos de braços abertos e vos facultamos o sustento, há Portugueses, não “tugas”.
      (Não, não vou ofender nem dizer-lhe que tenha vergonha ou chamar-lhe analfabeto/a, porque a educação que a Jo não tem, eu tenho que chegue para os dois.)
      Um abraço

  4. Tanto problema com o vocabulário! Quanto mais vocabulário, mais rica é a língua. Alguém usa dizer “parabentear”? Não, mas é uma palavra portuguesa com o mesmo significado de “parabenizar”. A riqueza da nossa língua reside na sua grande variedade de vocábulos e pronúncias. Por mais comixão que faça a alguns, expandimo-nos pelo mundo levando e trazendo coisas, materiais e imateriais. Isto é o que faz a grandeza de Portugal, nação criadora de nações, não é o comodismo medíocre de ficar dentro do nosso jardim e não ver para lá do muro que alguns imaginam que o rodeia. Não é preciso citar Pessoa, espero!

  5. Enquanto os caras discutem “alhos e bugalhos”, eu discuto sobre os gatos do antigo Egito. Se é que tem quem queira conversar a respeito…….mas mudando de assunto, as línguas sofrem interferências regionais e isso é inerente ao povo de cada estado, região e país, então não adianta discutir o “sexo dos anjos”, pois a base de todas elas é o latim, com exceção do russo e do alemão que tem suas raízes no grego.

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