Novo estudo mostra 151 milhões de casos de distúrbios psiquiátricos nos últimos 75 anos; sobretudo nas pessoas da “Geração X”.
Milhões de pessoas que vivem nos EUA estão a lidar com perturbações mentais relacionadas com os tubos de escape. Ou melhor, com a exposição aos gases de escape dos carros movidos a gasolina com chumbo.
Um novo estudo avisa que a Geração X – pessoas nascidas entre 1966 e 1986 – é o grupo mais exposto a este tipo de poluição em toda a história dos EUA.
Esse foi o período de auge do uso de gasolina com chumbo nos EUA. A gasolina com chumbo já começou a ser usada há 100 anos, na década 1920, mas o pico começou na década 1960 – sendo depois eliminado gradualmente a partir da década seguinte, acabando em 1996.
Quem nasceu nessa fase, entre as décadas 1960 e 1980, apresenta o maior aumento nos sintomas de doenças mentais associados à exposição infantil a níveis elevados de chumbo.
O estudo, destaca o Fortune Well, revela que mais de metade da população atual dos EUA foi exposta a níveis prejudiciais de chumbo através da gasolina com chumbo.
Os dados sobre níveis de chumbo no sangue, obtidos de inquéritos nacionais de saúde e nutrição, mostraram que a exposição infantil ao chumbo contribuiu para 151 milhões de casos de distúrbios psiquiátricos nos últimos 75 anos. Distúrbios como depressão, ansiedade e hiperatividade.
A exposição ao chumbo é especialmente prejudicial para as crianças, perturbando o desenvolvimento cerebral e afetando as capacidades cognitivas, as habilidades motoras finas e a regulação emocional. Mesmo baixos níveis de exposição podem causar atrasos no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem e distúrbios de humor.
Adultos expostos ao chumbo podem sofrer de problemas de memória, pressão alta e problemas reprodutivos.
O estudo enfatiza que, embora os resultados sejam significativos, abordam apenas a exposição ao chumbo proveniente da gasolina, sem considerar outras fontes como água contaminada, solo ou emissões industriais.
Os investigadores destacam que os seres humanos não estão biologicamente preparados para processar o chumbo nos níveis experimentados no último século, com exposições muito superiores às normas naturais.