Paulo Novais / Lusa

Mais de metade dos trabalhadores por conta de outrem não chegam ao salário de 1000 euros. 620 mil pessoas em ações de formação.
É um retrato atualizado da economia, e em parte da sociedade em Portugal: nesta terça-feira foi divulgado o relatório sobre emprego e formação profissional, do Centro de Relações Laborais (CRL).
Os dados são de 2023: mais de metade dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal (59,9%), a tempo completo, recebia entre 760 euros e 999,99 euros.
Ainda é um número elevado mas é uma redução de 3,8 pontos percentuais nesta “fatia”, em relação aos números do ano anterior, destaca o Expresso.
Um terço dos trabalhadores por conta de outrem (33,8%) recebeu entre 1000 e 2499,99 euros, enquanto 5,3% estão no intervalo seguinte (até aos 4999,99 euros) e 1% conseguiu acima de 5000 euros mensais.
Os salários mais elevados estão nos sectores de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio, além de organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais e das Atividades de informação e comunicação. Têm salários base acima de 2500 euros.
O tipo de contrato de trabalho faz diferença: para contratados sem termo, o salário médio foi de 1306,02 euros; para quem tem contrato com termo certo o salário desce para 980,20 euros; os contratados com termo incerto têm em média 992,66 euros por mês.
Saltando para 2024, e sobre o desemprego: 351,1 mil pessoas não tinham emprego em Portugal no ano passado. É um número quase igual ao do ano anterior. 41,3% do total estava desempregado há, no mínimo, um ano.
Em dezembro do ano passado, estavam registados 7.012,3 mil contratos de trabalho; quase um terço eram novos contratos.
O mercado de trabalho desacelerou no crescimento do emprego total: 1,3% no ano passado, 1,9% em 2023.
Formação
Também em 2024, registou-se um aumento significativo de pessoas em ações de formação promovidas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Essas formações chegaram a 620 mil pessoas ao longo do ano passado. É uma subida de quase 24%, já que no ano anterior tinham sido 500 mil os envolvidos em formação.
Mais de metade (343,6 mil pessoas) foi abrangida por ações de formação contínua, salienta o ECO. 27,8% estão noutras medidas de formação, como cheque-formação e formação de formadores, entre outras.
Em 2024, houve 77 mil pessoas abrangidas pelas medidas de apoio ao emprego promovidas pelo IEFP. A maioria (34,4%) beneficiou de medidas de inserção profissional; 31,3% foram abrangidos pela medida Trabalho Socialmente Necessário, que integra desempregados em necessidades sociais ou coletivas temporárias.
Lay-off, despedimentos coletivos
O número de empregadores em ‘lay-off’ aumentou 22% em 2024, face ao período homólogo, para 1.356, segundo o mesmo sumário
No ano passado, “1.356 entidades empregadoras estiveram em situação de em ‘lay-off’, o que correspondeu a um aumento de cerca de 22,1% face ao período homólogo”, aponta o documento, com base nos dados disponibilizados pela Segurança Social.
Em 2023, o número de empregadores que estiveram em ‘lay-off’ mais do que duplicou, tendo aumentado 169% face a 2022, para 1.113.
Os dados de 2024 vêm, por isso, manter esta tendência de crescimento, ainda que a subida não tenha sido tão expressiva como a verificada em 2023.
O sumário executivo revela ainda que em 2024 “foram comunicados 497 despedimentos coletivos”, abrangendo “cerca de 5,7 mil trabalhadores despedidos”, o que representa um aumento homólogo de 59%.
“Relativamente ao período homólogo, em 2024, constatou-se um aumento de 15,3% do número de despedimentos coletivos comunicados, o que correspondeu a mais 66 despedimentos”, acrescenta.
ZAP // Lusa
O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) actua de forma criminosa, tem dificuldade devido à sua incompetência em resolver o problema de desemprego dos Portugueses.
Existem trabalhadores Portugueses independentemente da escolaridade que tenham (a mesma é definida por Lei pela data de nascimento) com experiência laboral e especialidades devidamente comprovadas mas o IEFP não lhes arranja emprego (excepto a quem tem cunha/tráfico de influências).
Muitas ofertas de emprego no IEFP são fraudulentas, o anúncio desaparece, a candidatura desaparece, o lugar já está destinado ou a empresa não contrata, chega-se ao ponto de empresas de exploração de trabalho temporário estarem a usar a plataforma do IEFP e o Estado para colocarem anúncios de emprego que depois o trabalhador vem a verificar não ser para uma empresa mas sim para uma empresa de exploração de trabalho temporário.
O IEFP permite o crime/ilegalidade de exigir como critério o 12º ano em anúncios de emprego para desempenhar funções na base ou no meio da cadeia hierárquica e na “formação” (sem que exista qualquer justificação com base científica, na razão, e no senso-comum) quando a Lei determina que em Portugal a escolaridade obrigatória é de acordo com a data de nascimento (não existe 12 anos de escolaridade obrigatória).
As “formações” que ministra são uma fraude, inúteis, medíocres, e as disciplinas e duração não têm qualquer sentido, não fazem testes psico-técnicos para determinar o perfil profissional dos candidatos à formação, tratando-se de um esquema criminoso para saquear o Orçamento de Estado e dar emprego aos pseudo-formadores e tornar possível a que muita gente viva de formações em vez de trabalhar, o que permite também manter o esquema e garantir o tacho dos pseudo-formadores e de tudo o resto que gravita em volta do mesmo.
As “formações” fraudulentas, inúteis, medíocres, com disciplinas e duração que não têm qualquer sentido (todas elas), são uma forma do regime camuflar o desemprego, somem agora os 620 mil com os outros 351,1 mil e Portugal está quase a atingir o número de 1 milhão de trabalhadores Portugueses desempregados.
Outra situação muito grave é termos Estrangeiros a frequentar essa “formações”, ou seja, os Portugueses estão a pagar formações a gente de outros Países.
Mais valia ter os desempregados a fazer trabalho cívico e social, a limpar praias e florestas, a visitar doentes.
O ideal seria substituir os cursos por actividades remuneradas tuteladas pelo IEFP em áreas de actividade onde não façam concorrência desleal às empresas, mas ganhem competẽncias úteis. Essas actividades seriam sempre a tempo inteiro e mal pagas para incentivar os trabalhadores a arranjar outro trabalho.