Galeno “Artilheiro” manda Gunners para o estaleiro

Estela Silva / Lusa

O FC Porto derrotou o Arsenal, por 1-0, na noite desta quarta-feira, no Estádio do Dragão, em jogo a contar para a primeira-mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Galeno – as usual – foi decisivo.

O suspeito do costume voltou a fazer a diferença, em mais uma excelente noite de Liga dos Campeões, na cidade Invicta.

Fala-se, claro, de Wenderson Galeno – que já leva cinco golos na competição e que voltou a ser homem jogo.

Um Porto à Campeão impôs-se e levou a melhor perante o “retornado” Arsenal.

Ainda não foi desta que os londrinos venceram no Estádio do Dragão (depois de quatro jogos).

Um ano depois e pela 13ª vez neste formato, o FC Porto voltou a chegar aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Por seu turno, o Arsenal não conseguia essa proeza há sete anos, desde a época 2016/17.

De facto, notou-se quem tem sido mais regular nesta andanças…

O FC Porto – que vinha de uma vitória caseira de 2-0 frente ao Estrela da Amadora – entrou em campo com: Diogo Costa; João Mário, Pepe, Otávio e Wendell; Alan Varela, Nico González, Pepê e Galeno; Francisco Conceição e Evanilson. Sérgio Conceição foi “obrigado” a mexer no 11, em relação ao jogo anterior. Wendell entrou para render o lesionado Zaidu.

Por seu turno, os gunners golearam o Burnley por 0-5, no último sábado, e, como “equipa que ganha expressivamente não mexe”, Mikel Arteta não fez nenhuma alteração: Raya; Ben White, Saliba, Gabriel e Kiwior; Declan Rice, Odegaard, Saka e Martinelli; Trossard e Havertz.

Na fase anterior, o Arsenal foi o primeiro classificado do grupo B, com PSV (2.º), Lens (3.º) e Sevilla (4.º). Já o Porto foi segundo, num grupo liderado pelo Barcelona, e que tinha também Shakhtar (3.º) e Royal Antwerp (4.º).

FC Porto e Arsenal já se tinham defrontado em jogos oficiais em seis ocasiões, com registo favorável para os londrinos: três vitórias do Arsenal, duas do FC Porto e um empate.

Curiosidade: fora de portas, os azuis-e-brancos nunca ganharam; mas “cá” nunca perderam. E a história voltou a repetir-se.

O último encontro entre as duas equipas foi precisamente nesta fase da competição, em 2009/10, com a eliminatória a cair para os ingleses. Nessa ocasião, o FCP também foi melhor na primeira-mão e venceu por 2-1 no Dragão, com golos de Silvestre Varela e Radamel Falcao. Porém, os dragões não conseguiram passar o teste no segundo jogo e os acabaram por sair derrotados do Emirates Stadium com cinco bolas no “saco” sem resposta.

Dragões impuseram-se desde início

Na primeira-parte, os comandados de Sérgio Conceição já estavam melhor do que o vice-campeão inglês. Apesar da posse de bola ter sido favorável ao Arsenal (68% vs. 32%), foi o FC Porto quem mais perigo levou à baliza adversária.

O Arsenal quis instalar-se, desde cedo, no meio-campo dos dragões, tentando controlar a posse de bola. Mas o FC Porto conseguiu contrariar bem essa a estratégia de Mikel Arteta e impôs-se no jogo.

O primeiro lance “frenético” do jogo surgiu de um contra-ataque do FC Porto, por volta do minuto 20.

Na jogada seguinte, todo o estádio gritou golo. Duas perdidas estranhas de Galeno, na cara de David Raya: primeiro mandou ao poste, e, na recarga, acertou na malha lateral. “Estranhas” porque Galeno, nesta edição da Liga dos Campeões, tem estado imperdoável: na fase de grupos, marcou quatro golos em seis jogos (aos quais se juntam ainda quatro assistências). E hoje foi o que foi.

Apesar de ter tido mais posse de bola, o Arsenal só conseguiu rematar à baliza de Diogo Costa depois da meia-hora de jogo, por intermédio do belga Trossard.

Mas o FC Porto – mais perigoso – continuou a ameaçar a baliza de Raya: primeiro Nico González, com o remate a sair por cima; depois Evanilson a obrigar no guarda-redes espanhol a aplicar-se.

Principalmente por mérito dos da casa, o Arsenal não conseguiu, na primeira-parte, mostrar aos adeptos o bom futebol que tem vindo a praticar – principalmente, nos últimos cinco jogos, onde contabiliza cinco vitórias e um total de 21 golos marcados.

Nem nas bolas paradas – uma das especialidades do Arsenal – o londrinos conseguiram ferir os dragões.

Galeno as usual (diz o inglês)

A segunda-parte voltou com equilíbrio: tanto FC Porto como Arsenal ameaçaram a baliza adversária, nos primeiros minutos.

A ginga de Francisco Conceição conseguiu “sacar” um livre, um amarelo a Kiwior e animar os 49.111 adeptos que, praticamente, esgotaram o Dragão.

O jogo – partido – foi ficando cada vez mais animado, mas também mais faltoso, com o árbitro a não poupar nos amarelos.

O FC Porto via-se sempre muito empolgado e contagiado pela energia dos adeptos.

O Arsenal, por sua vez, estava mais nervoso e errou muito: tanto atrás, com passes falhados; como à frente, na definição.

A primeira substituição do jogo foi pela mão de Mikel Arteta. O técnico espanhol, mais contido, fortaleceu o meio-campo arsenalista, ao fazer entrar Jorginho pelo avançado Trossard.

Aos 80’ foi a vez de Sérgio Conceição, mais irreverente, mexer na equipa: saiu Nico González, para entrar o “agitador” Iván Jaime, de cariz mais ofensivo.

Cinco minutos depois, o treinador dos azuis-e-brancos fez uma dupla substituição: Toni Martínez e Gonçalo Borges entraram para os lugares de Evanilson e Francisco Conceição. Em cima do minuto 90, saiu Wendell por Eustáquio e Galeno baixou para lateral-esquerdo.

Até que… aos 90+4’, o próprio Wenderson Galeno, como habitual, “sacou o coelho da cartola” e assinou um golaço para dar a vitória ao FC Porto. 1-0 foi o resultado final.

FC Porto e Arsenal voltam a defrontar-se no dia 12 de março, para a segunda-mão, em Londres, no Emirates – onde FC Porto nunca conseguiu vencer. Os dragões vão ter voltar a voar mais alto para quebrarem essa tendência e garantirem a passagem aos quartos-de-final da Champions.

Miguel Esteves, ZAP //

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