O ministro das Infraestruturas, João Galamba, garantiu, esta segunda-feira, que não haverá corte no investimento da ferrovia, mas admite que há um “atraso na execução” do plano ferroviário.
João Galamba garantiu hoje que “não há nenhum corte de investimento” na ferrovia, mas sim o “reconhecimento de atrasos de investimentos em curso”, depois de a despesa prevista para este ano ser cerca de 25% inferior à orçamentada.
“Os projetos serão feitos, mas não com a rapidez que todos pretendíamos”, admitiu o ministro das Infraestruturas, durante uma visita ao Centro de Comando Operacional (CCO) de Lisboa, acrescentando que há problemas na execução do investimento.
Na semana passada, um estudo da Greenpeace revelou que Portugal é o terceiro país da Europa que mais tem desinvestido nas ferrovias. Em 23 anos, as linhas de comboio diminuíram 18%.
Desde 1995, oito linhas (num total de 460 quilómetros) foram desativadas, afetando um número estimado de 100 mil pessoas.
Galamba nega desinvestimento
Na sexta-feira, o Ministério das Infraestruturas admitiu executar este ano menos 189 milhões de euros de investimento público na ferrovia face ao inicialmente previsto no Orçamento do Estado para 2023.
“Temos acompanhado muito perto, quer em diálogo com a IP [Infraestruturas de Portugal], quer com os empreiteiros, na tentativa obviamente que estas obras sejam realizadas o mais rapidamente possível, mas não há aqui nenhuma redução da ambição no investimento, nenhum abandono de nenhum projeto de investimento”, insistiu, sublinhando que o todo o investimento previsto na ferrovia “é para executar”.
O governante garantiu que o executivo fará “tudo” para que o investimento “seja executado o mais rapidamente possível”.
“Infelizmente, isso não depende só do Governo e não depende só da IP e, muitas vezes, não depende só dos empreiteiros, uma vez que falamos também de equipamentos e materiais que têm que ser fornecidos por terceiros”, assinalou.
João Galamba acrescentou que até ao final do ano será lançado “o primeiro concurso referente ao primeiro troço do TGV, e a seguir logo o segundo” – ainda que o segundo esteja a aguardar a emissão da declaração de impacto ambiental.
ZAP // Lusa