No futuro, a eletricidade de sua casa pode vir de um buraco negro

NASA’s Goddard Space Flight Center

Ilustração da NASA mostra um buraco negro solitário no Espaço, com a sua gravidade a distorcer a visão de estrelas e galáxias ao fundo.

Ilustração da NASA mostra um buraco negro solitário no Espaço, com a sua gravidade a distorcer a visão de estrelas e galáxias ao fundo.

A pesquisa teórica sugere vários métodos para aproveitarmos o potencial energético dos buracos negros, que podem ser as baterias do futuro.

Um estudo inovador publicado na Physical Review D propõe métodos inovadores para extrair energia de buracos negros, aproveitando as suas imensas forças gravitacionais e rotacionais.

A pesquisa, liderada por Zhan Feng Mai, investigador pós-doutorado no Instituto Kavli de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Pequim, indica que os buracos negros podem ser as baterias do futuro e as suas potencialidades energéticas podem vir a ser aproveitadas pelos humanos.

“Sabemos que podemos extrair energia de buracos negros e também sabemos que podemos injetar energia neles, o que quase soa como uma bateria”, explica Zhan Feng Mai ao Live Science.

Um dos métodos envolve carregar um buraco negro com partículas massivas e eletricamente carregadas. Uma vez que o campo elétrico do buraco negro repele mais cargas, considera-se que está “totalmente carregado“.

Os investigadores comparam este processo a uma bateria, transformando a energia de massa da partícula em energia de carga. Notavelmente, calcularam uma taxa de eficiência de 25% para este processo de recarga, tornando-o cerca de 250 vezes mais eficiente do que uma bomba atómica.

Para aproveitar essa energia, o estudo sugere o uso de superradiância, um processo onde as ondas gravitacionais ou eletromagnéticas em torno de um buraco negro giratório ganham energia. As ondas que entram na região perto do buraco negro poderiam ganhar mais energia do que inicialmente possuíam, se não tiverem passado pelo horizonte de eventos. Este processo converteria a energia rotacional do buraco negro em ondas utilizáveis.

Outra abordagem envolve extrair energia através de pares de Schwinger, ou partículas emparelhadas criadas espontaneamente perto do campo elétrico do buraco negro. Se um buraco negro estiver positivamente carregado, poderia ejetar um pósitrão, que poderia então ser recolhido como energia.

Embora a aplicação prática de tal bateria de buraco negro permaneça incerta, Mai observa que o estudo foi inspirado por tentativas teóricas anteriores de extrair energia de buracos negros. A pesquisa oferece visões sobre a interação da mecânica quântica e gravidade.

Esta pesquisa não só expande os limites do nosso entendimento sobre buracos negros, mas também abre caminhos potenciais para a exploração de fenómenos cósmicos como fontes de energia, numa altura em que é cada vez mais imperativo investir das alternativas aos combustíveis fósseis limitados.

ZAP //

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