Fumar é um fator de risco para o desenvolvimento de esquizofrenia e depressão, de acordo com um novo estudo estatístico levado a cabo por uma equipa de cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido.
De acordo com a nova investigação, os resultados foram consistentes quer em casos de tabagismo prolongado quer em casos de novos fumadores.
Mais do que verificar se os fumadores tinham predisposição genética para depressão ou esquizofrenia, o novo estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica Psychological Medicine, recorreu a dados genéticos para examinar as relações de causa e efeito com o tabagismo.
“O nosso trabalho mostra que devemos fazer todos os esforços para impedir o início do tabagismo e incentivar a cessação do tabagismo por causa das consequências para a saúde mental e a saúde física”, disse o autor principal do estudo, Robyn Wootton, citado em comunicado da universidade britânica.
“As pessoas com doenças mentais são frequentemente negligenciadas nos nossos esforços para reduzir a prevalência do tabagismo, o que implica desigualdades na saúde”.
Precisa a SIC Notícias que os cientistas utilizaram dados de 462.690 indivíduos de ascendência europeia e usaram uma abordagem chamada mendelian randomization.
A técnica “que permite identificar variações genéticas associadas a uma característica, como depressão ou esquizofrenia, e depois testar essas variações em relação a uma exposição, como o fumo, num grupo de indivíduos. Tudo isto permite aos cientistas examinar se a relação em causa é ou não casual.
A investigação concluiu que fumar aumenta o risco depressão e esquizofrenia, sublinhando também que as pessoas com estas patologias têm maior probabilidade de fumar.
De acordo acordo com os cientistas, e no universo das pessoas com este tipo de transtornos mentais, o tabagismo é o maior fator individual que contribuiu para a redução da esperança média de vida entre 10 a 20 anos.
Wootton frisou aromada que a nicotina dificulta os recetores de dopamina e serotonina no cérebro. A dopamina é um produto químico natural que regula as emoções, enquanto a serotonina (a hormona da felicidade), contribui para a sensação de bem-estar.