Os astrónomos observaram, pela primeira vez, um antigo buraco negro supermassivo a destruir a formação estelar de uma galáxia no início do Universo.
Uma quasar é uma região compacta alimentada por um buraco negro supermassivo localizado no centro de uma galáxia massiva.
Além de serem extremamente luminosos, estão muito distantes da Terra, e devido a estes fatores proporcionam uma visão única das condições do Universo primitivo, quando este tinha menos de mil milhões de anos.
Recentemente, uma equipa de cientistas descobriu a primeira prova de supressão da formação de estrelas impulsionada por um fluxo de gás molecular numa galáxia hospedeira de quasar no Universo primordial.
Conforme explica o EurekAlert, o gás molecular é vital para a formação de estrelas. Como principal combustível, a omnipresença e as altas concentrações de gás molecular dentro de uma galáxia levariam à formação de um grande número de estrelas.
Ao ejetar este gás para o espaço intergaláctico mais rapidamente do que poderia ser consumido pela formação estelar, os fluxos moleculares suprimem a formação de estrelas em galáxias que hospedam quasares.
“Este trabalho sugere que as saídas de gases moleculares desempenham um importante papel na formação e evolução das galáxias desde tenra idade, porque podem regular a formação de estrelas”, explicou Dragan Salak, investigador da Universidade de Hokkaido. “Os quasares são fontes especialmente energéticas, por isso esperávamos que pudessem gerar fluxos poderosos.”
O quasar que os investigadores observaram, J2054-0005, tem um desvio para o vermelho muito elevado – ele e a Terra estão aparentemente a afastar-se um do outro muito rapidamente.
“J2054-0005 é um dos quasares mais brilhantes do Universo distante, por isso decidimos considerar este objeto como um excelente candidato para estudar fluxos poderosos”, sustentou Takuya Hashimoto, da Universidade de Tsukuba.
Os cientistas usaram o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) para observar a saída de gás molecular do quasar. Sendo o único telescópio no mundo que possui a sensibilidade e a cobertura de frequência para detetar fluxos de gases moleculares no Universo primordial, o ALMA foi fundamental para este estudo.
O artigo científico foi publicado, no dia 1 de fevereiro, no The Astrophysical Journal.