Portugal perdeu, em 2019, cerca de 883 milhões de euros de receitas fiscais que foram desviadas dos cofres do Estado. Trata-se de 1,9% das receitas fiscais do país, equivalendo a 7,63% do Orçamento da Saúde. As perdas davam para pagar salários anuais a 49.651 enfermeiros.
Estes dados constam do estudo sobre o “Estado Actual da Justiça Fiscal” que foi elaborado pela organização Tax Justice Network, em parceria com mais duas entidades que zelam pela transparência fiscal, a Public Services International e a Global Alliance for Tax Justice.
De acordo com os dados do relatório divulgado nesta sexta-feira, 20 de Novembro, Portugal perdeu 1.046 milhões de dólares (cerca de 883 milhões de euros) em receitas fiscais que foram desviadas por empresas e contribuintes individuais.
O valor representa 1,9% das receitas fiscais do país. Em termos do impacto social, as perdas equivalem a 9,13% do orçamento da Educação e a 7,63% do orçamento da Saúde e davam para pagar salários a 49.651 enfermeiros durante um ano, como se constata no perfil de Portugal no relatório divulgado.
As empresas são responsáveis por 47% da evasão fiscal total, com 417 milhões de euros desviados.
Já os “milionários” que fogem ao fisco desviam cerca de 53% do valor, não pagando 466 milhões de euros.
A Holanda é o país mais utilizado para a fuga ao fisco, representando 27% da evasão fiscal em Portugal com cerca de 112,6 milhões de euros.
Espanha (23%), Angola (8%), Luxemburgo (6%) e Brasil (6%) são os outros países que mais beneficiam com a evasão fiscal no nosso país.
O desvio de impostos em Portugal tem um peso inferior à média mundial que é de 2,6% e à média europeia que se situa nos 3,4%.
Caimão, Reino Unido e Holanda são paraísos fiscais mais procurados
A nível global, a evasão fiscal ascende a 427 mil milhões de dólares (360,4 mil milhões de euros), sendo que 245 mil milhões de dólares (206,8 mil milhões de euros) se referem a multinacionais e 182 mil milhões de dólares (153,6 mil milhões de euros) a “milionários que escondem activos e rendimentos não declarados no exterior, fora do alcance da lei”.
Os particulares fogem ao fisco, sobretudo, através de offshores, com activos financeiros avaliados em mais de 10 biliões de dólares (8,4 biliões de euros).
As Ilhas Caimão são o paraíso fiscal mais procurado, recebendo 70 mil milhões de dólares das perdas fiscais de todo o mundo, o que constitui 16,5% do total.
Seguem-se o Reino Unido com 42 mil milhões de dólares (10% do total), a Holanda com 36 mil milhões (8,5%), o Luxemburgo com 27 mil milhões (6,5%) e os EUA com 23 mil milhões (5,5%).
Os países ricos perdem mais de 382 mil milhões de dólares (322,4 mil milhões de euros) em receitas fiscais, enquanto os mais pobres perdem 45 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros) com a evasão ao fisco.
Porém, o impacto é mais severo nos países mais pobres, até porque a evasão fiscal é equivalente a cerca de 52% dos Orçamentos dos Estados para a Saúde de todos os países analisados. Nos ricos, os valores desviados são apenas 8% dos Orçamentos para a Saúde.
A América do Norte perdeu 95 mil milhões de dólares anuais (80,2 mil milhões de euros) em receitas fiscais em 2019, enquanto na Europa, o desvio se situou nos 184 mil milhões de dólares (155,3 mil milhões de euros).
Na América Latina a evasão fiscal foi de 43 mil milhões de dólares (36,3 mil milhões de euros) e em África, os desvios rondaram os 27 mil milhões de dólares (22,8 mil milhões de euros).
A nível europeu, os países que mais perdem com a evasão fiscal são Reino Unido, Alemanha, França, Irlanda e Itália. Já aqueles que mais beneficiam com os desvios são de Reino Unido, Holanda, Luxemburgo, Irlanda e Suíça.
Baixem o roubo dos impostos para todos e já ninguém foge.!!
Quanta ingenuidade!…
Ingénuo és tu ó troll, se o imposto fosse generalizado para particulares e qualquer empresa de 10%, ninguém se dava ao trabalho de fugir e a coleta era bastante maior… seu troll do Zap.
Afinal não és ingénuo; és crente apalermado ignorante que vê o mundo a preto e branco!…
Luís, não ligue a essa personagem carregada de ódio.
Por aqui, quem frequenta este espaço de comentário há já algum tempo, é isso que faz.
As opiniões vindas dessa “coisa” são estéreis e odiosas, como provavelmente será a próprioa vida dessa “coisa”.
Quanto ao comentário que o Luís fez, tem toda a razão, e todas as pessoas com 2 dedos de testa percebem isso.
Tem toda a razão!
O montante do roubo que o fisco inflige aos portugueses é muitíssimo maior.
Entre impostos, taxas, taxinhas, comissões, caça à multa e afins…os portugueses ficam na miséria.
Por outro lado, aquilo que é devolvido aos portugueses, fruto da utilização do dinheiro arrecadado com impostos, é uma ninharia, quando comparado com os próprios impostos pagos.
O dinheiro dos portugueses, quando entra na máquina do Estado, parece perder logo valor, de tão mal utilizado que é.
O dinheiro dos impostos esgota-se em desvios, negociatas, esquemas ilícitos, negócios ruinosos, sustento de uma função pública burocrata, ineficaz, pesada, feita de subserviência e pejada de boys….
O melhor destino do dinheiro é o bolso de quem o ganhou com esforço, e a melhor utilização do dinheiro é aquela que é feita por essas mesmas pessoas. Enquanto for assim, ganhamos todos e ganha a economia.
Somália??
A Irlanda, que tem dos impostos mais baixos da Europa (13% de IRC para empresas) tem um salário MÍNIMO de 1.650€. Imagine-se a trabalhar no McDonald’s ou nas limpezas a receber 1.650€ por mês!
Quem disse que baixar impostos é mau?
Em vez de se discutir o aumento dos salários, faria muito mais sentido falar-se na redução dos impostos. E essa redução até poderia ser escalonada, beneficiando mais os rendimentos mais baixos.
De que serve haver aumento de salários se os impostos, taxas e taxinhas aumentam ainda mais?!
Grande novidade da fuga ao fisco, sempre houve fugas ao fisco, quem diz que baixar os impostos evita fugas ao fisco não deve viver neste planeta, quem faz as leis e deixa muitas virgulas e pontos estão na A.R. sabem bem que as virgulas e os pontos é para facilitar as fugas ao fisco, assim como muitas outras coisas não é por acaso que os políticos e os grandes senhores do dinheiro nunca há provas contra ele, mas ao trabalhador por conta de outrem não há fuga possível ou a prisão espera por ele.
O meu amigo, para dizer isso, obviamente não sabe o que é a curva de Laffer.
Se 880 milhões davam para pagar a 50 mil enfermeiros OS 1.200.000 EUROS QUE GASTÁMOS NA TAP SÓ ESTE ANO DAVAM PARA 70 MIL ENFERMEIROS – mas isso o Sr Ministro Xuxa já não alcançou e menos ainda publicitou
Se os governos aplicassem bem o encaixe dos impostos, em vez de esbanjarem e “se governarem”, outro galo cantaria.
Ora lá está. Baixavam os impostos mas o mesmo valor, ou mais, continuaria a ir para a “mama”, reduzindo ainda mais as verbas para o que é preciso. Necessitamos é acabar com essa “mama”, que não é, mais nem menos, uma questão política.
Para o Aventura este assunto não interessa para nada. Importante é manter a “questão dos ciganos” e os imigrantes no centro da agenda. Dá votos dos papalvos e são muitos!
O problema não são só os offshores são, também as empresas que, mesmo declarando, prejuízos continuam a laborar! São as profissões liberais em que os preços variam consoante se passe ou não factura. São parte daqueles salários, pagos por debaixo da mesa, que depois todos dizem ser muito baixos e comparam-nos com os da função pública que não têm como fazer tais maroscas. E os pobres dos mais ricos clubes de futebol e dos seus jogadores? O que eles são sacrificados pelo fisco! E eu sei lá que mais! E não há forma de o governo poder fiscalizar tudo isto?!! Dava jeito para pagar mais uns cêntimos a quem merece.
Meu caro, a maior fuga ao fisco não está naqueles que admitem trabalhar para ganhar dinheiro e assim sustentarem as suas vidas.
A maior fuga ao fisco está nas cada vez mais frequentes associações, fundações IPSS, institutos, centros disto e daquilo… que não só não pagam quaisquer impostos, como recebem muitos apoios estatais e operam em total concorrência desleal com as empresas e os trabalhadores liberais de que fala.
Só não vê quem não quer ou quem anda muito alheado da realidade.
Essas situações de “Associações, fundações IPSS, institutos, centros disto e daquilo” são… RARÍSSIMAS.
LOL
Pois, está bom de ver que muitos profissionais, quanto menos pagarem ao fisco, melhor farão, pois o fisco nunca os apoiará quando precisarem.
Gerentes, trabalhadores liberais e empresários bem podem amealhar e preparar um pé-de-meia, pois será isso que lhes valerá em situações de aperto como aquela que temos agora.
Os ingénuos que acreditaram que todo o dinheiro que pagaram em impostos poderia servir para lhes valer numa situação de aperto, tiveram agora a resposta: tiveram direito a zero, na esmagadora maioria das situações!
O dinheiro que pagaram ao fisco serviu em grande parte para pagar a 100% férias extra à função pública, em alguns casos numa situação que se arrasta desde março.