Freedom House preocupada com influência de Angola no jornalismo em Portugal

1

António Cotrim / Lusa

Álvaro Sobrinho ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo

O relatório mundial da Freedom House demonstra preocupação com a influência de Angola nos meios de comunicação social portugueses, atingindo jornalistas e provocando casos de autocensura.

“Observadores expressaram preocupação sobre a influência de Angola nos meios de comunicação social portugueses, realçando que a situação se agravou nos últimos anos, altura em que os proprietários de empresas jornalísticas investiram na economia angolana”, refere o relatório mundial da organização não-governamental norte-americana Freedom House.

O relatório anual sobre “Liberdade no Mundo” é publicado desde 1972. O documento mundial que vai ser apresentado hoje em Washington classifica Portugal como “país livre”, mas além de demonstrar preocupação com a corrupção sublinha a “influência” de Angola no jornalismo português.

“Têm-se registado efeitos que atingem os jornalistas que criticam Angola, o que provoca casos de autocensura”, sublinha o relatório da organização fundada nos Estados Unidos durante a II Guerra Mundial.

O documento diz que “poderosos angolanos” são proprietários da Newshold, o grupo que controla o semanário Sol, “além de outras publicações”.

Por outro lado, o relatório refere que a liberdade de imprensa está garantida constitucionalmente mas que os canais públicos portugueses são pouco apoiados financeiramente e enfrentam sérios problemas de concorrência das estações de televisão comerciais.

Relatório destaca casos de corrupção em Portugal

O relatório da organização norte-americana Freedom House classifica Portugal como “país livre”, mas sublinha que os portugueses enfrentam escândalos de corrupção como os “casos Sócrates e Vistos Gold”.

“Apesar dos esforços para travar a corrupção, Portugal continuou a enfrentar escândalos em 2015, incluindo suspeitas de prevaricação em torno do programa de vistos de residência, os chamados Vistos Gold, destinados a investidores estrangeiros”, refere o documento da organização governamental fundada durante a II Guerra Mundial nos Estados Unidos, em 1941.

O relatório refere que em abril de 2015 os legisladores portugueses fortaleceram as leis anticorrupção cumprindo as recomendações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mas, mesmo assim, o país continuou a enfrentar “escândalos de corrupção”, estando posicionado na 28ª posição da lista da Transparency International 2015 Corruption Perceptions Index.

O texto recorda o caso que envolveu as alegadas atribuições das Autorização de Residência para Atividade de Investimento (Vistos Gold) recordando que o ex-ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, assim como o ex-responsável do Serviço de Estrangeiros de Fronteiras enfrentam acusações de suposto favorecimento e lavagem de capitais.

Além do caso dos “Vistos Gold”, o relatório da Freedom House refere-se ao processo do Banco Espírito Santo que envolve o ex-banqueiro Ricardo Salgado e ao “Caso Sócrates”, que atinge um primeiro-ministro pela “primeira vez na História de Portugal”.

“As investigações ao antigo primeiro-ministro, José Sócrates, detido em 2014 por suspeita de fuga aos impostos e lavagem de dinheiro, continuavam em 2015″, indica o relatório.

O documento sublinha que as investigações, do BES e de José Sócrates, ainda continuam.

A organização Freedom House, foi criada em 1941 pele advogado do Partido Republicano norte-americano Wendel Wilkie e por Eleanor Roosvelt, mulher do presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosvelt.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Portugal vai de vento em popa, isto é em sintonia sobre CORRUPUTOS em relação a Angola e Brasil. Vai bem encaminhado e não só em CORRUPUÇÃO.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.