Frederico Pinheiro diz que foi insultado por António Costa e João Galamba

José Sena Goulão / Lusa

Frederico Pinheiro, ex-adjunto de João Galamba.

“Fui injuriado, difamado e insultado pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Infraestruturas, em direto, perante milhões de portugueses”. Frederico Pinheiro acusou António Costa e João Galamba de usar o respetivo poder político para o humilharem em frente ao país. Quanto à TAP, o ex-assessor do Ministério das Infraestruturas diz que é um erro privatizá-la tão cedo: “Não sei se com o Pedro Nuno Santos seria igual”.

Frederico Pinheiro diz ter sido insultado pelo primeiro-ministro António Costa e pelo ministro das Infraestruturas João Galamba.

Em entrevista ao jornal Público, o antigo adjunto de Galamba admitiu que o caso do “roubo do computador” do Ministério das Infraestruturas – de que foi acusado – foi “muito violento emocionalmente”.

“Uma ou duas semanas antes de tudo o que aconteceu, participei em reuniões [sobre a TAP] altamente sensíveis. Como é que, passado um ou dois dias, estava a ser injuriado, difamado e insultado pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Infraestruturas, em direto, perante milhões de portugueses, acusado de agressões e de roubo?”, interrogou Frederico Pinheiro.

Quanto ao processo de privatização da TAP, Frederico Pinheiro questionou a atual posição do Governo, referindo que não percebe a pressa para consumá-lo, uma vez que “daqui a um ano a TAP é mais poderosa. E daqui a dois anos ainda mais”.

“Acho que me surpreendeu a mim e a muita gente. Temos assistido ao longo dos anos a diferentes posições da parte do primeiro-ministro, António Costa. Eu estou de acordo com António Costa de 2015, que defendia que o Estado devia ter o controlo da TAP com 51%. É um erro duplo porque, mesmo para quem defende a entrega do controlo da nossa companhia aérea a uma empresa privada, este não é o momento certo”, considerou.

Frederico Pinheiro considera que entregar a TAP por um valor inferior àquele que custou ao Estado português traz problemas financeiros e democráticos para o país.

O antigo adjunto de Galamba disse ainda que a privatização da TAP acelerou desde que Pedro Nuno Santos (do qual também foi adjunto) saiu do Governo.

“O processo ganhou uma nova dinâmica desde que houve uma mudança no Ministério das Infraestruturas. Publicamente isso é claro. Não sei se com o Pedro Nuno seria igual ou seria diferente. Mas a privatização da TAP acelerou desde que Pedro Nuno Santos saiu do Governo”.

ZAP //

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