Sites para agendamento de vacinação registaram um pico de acessos, com os responsáveis a avançar com o número de 20 mil marcações por minuto. Estima-se que nas horas que se seguiram ao anúncio, cerca de 926 mil pessoas — a maioria com menos de 35 anos — tenham garantido a sua marcação.
Após o anúncio de Emmanuel Macron de que as pessoas não vacinadas contra a covid-19 poderiam ser proibidas de entrar em cafés, restaurantes, centros comerciais ou comboios já a partir deste mês, os franceses acederam em massa aos sites que permitem o auto-agendamento a marcação para a toma das vacinas.
Segundo Stanislas Niox-Chateau, diretor do Doctolib, o principal site de marcações médicas do país, mais de 20 mil franceses por minuto agendaram a sua marcação. “Quebramos todos os recordes estabelecidos desde o início da campanha de vacinação, sendo que o fenómeno continuou durante a noite e a manhã de hoje.”
O representante do site revelou ainda que, no total, 926 mil pessoas — a maioria com menos de 35 anos — fizeram a sua marcação desde a declaração do presidente da República francesa. Numa reação aos números, o ministro da Saúde gaulês, Olivier Véran, afirmou que o pico de agendamentos significa que “milhares de vidas foram salvas”.
De acordo com as declarações de Emmanuel Macron, a partir de 21 de Julho, qualquer pessoa que deseje frequentar teatros, cinemas, eventos desportivos ou festivais com mais de 50 pessoas no público terá de apresentar um comprovativo que ateste a sua vacinação completa ou um teste negativo — à semelhança do que acontece em Portugal aos fins de semana.
A partir de 1 de Agosto, a medida passará a abranger bares, cafés, restaurantes, centros comerciais, hospitais, viagens de comboio de longa distância e aviões. Paralelamente, o governo deixará de disponibilizar testes gratuitos à covid-19, como forma de incentivar a vacinação.
A reação dos proprietários de cinemas e restaurantes foi, genericamente, positiva, apesar das dúvidas relacionadas com a aplicação prática das medidas. Marc-Olivier Sebbag, da associação de proprietários de cinemas franceses, revelou que os seus membros “apoiaram a ideia”, apesar de ainda terem dúvidas relacionadas a “organização”, cita o The Guardian. “É suposto verificarmos se os comprovativos são verdadeiros?”, questionou.
Estima-se que 22,4 milhões de pessoas tenham assistido à declaração oficial de Emmanuel Macron, na qual o chefe de Estado anunciou que a vacinação contra a covid-19 passaria a ser obrigatória para todos os trabalhadores do setor da saúde e de cuidadores de pessoas mais vulneráveis — com sanções previstas para aqueles que violem as regras.
Segundo Olivier Véran, o número de infeções em França está a duplicar a cada cinco dias, sendo “obrigação do Governo proteger toda a população”. Como tal, “escolha seria entre um novo confinamento ou o comprovativo de saúde — não se trata de castigos ou chantagem”.
Ao contrário do que acontece em Portugal, as esplanadas e terraços dos cafés e restaurantes também estão abrangidos pelas novas regras, que foram bem recebidas pelo diretor dos hospitais de Paris. Em entrevista à rádio pública francesa, Martin Hirsch mostrou-se “muito aliviado” com as medidas, revelando que nenhum dos doentes internados atualmente nos cuidados intensivos da região estava totalmente vacinado.
O The Guardian noticia que cerca de 35,5 milhões de pessoas estão inoculadas com uma dose da vacina contra a covid-19, um pouco mais de metade, enquanto que apenas 37% da população está totalmente imunizada — números que provam que França tem das maiores taxas de ceticismo em relação às vacinas dentro dos países europeus.
É que apesar da relutância dos franceses em vacinar-se ter diminuído ao longo da pandemia, os números mais recentes de administração de vacinas revelam que o número de primeiras doses administradas têm vindo a descer.
isto parece a história readaptada do regime nazi
Em que sentido?
Comer e calar.