O grupo ambiental Sea Shepherd, que denunciou o caso, acredita que o despejo foi propositado, mas os donos da traineira Margiris alegam que este se deveu a uma ruptura na rede.
Mais de 100 mil peixes mortos foram atirados de volta ao Oceano Atlântico ao largo da costa francesa, um incidente que tem sido criticado por grupos ambientalistas, avança a CNN.
A representação francesa da Sea Shepherd, uma organização sem fins lucrativos dedicada à preservação marinha, partilhou as imagens no Twitter na quinta-feira. “Eis o que está a acontecer agora no Golfo da Biscaia, na costa de La Rochelle“, escreveu o grupo, lembrando que quatro grandes barcos operam na zona, incluindo o Margiris — a segunda maior traineira do mundo, que foi banida na Austrália.
Os peixes em questão são conhecidos como verdinhos e são uma subespécie de bacalhau.
A Pelagic Freeze-Trawler Association (PFA), que representa o dono da embarcação, emitiu um comunicado na sexta-feira onde responde ao incidente e afirma que “entende completamente as emoções que este tipo de imagens podem causar”.
“Gostávamos de clarificar que por volta das 5h50 a 3 de Fevereiro, uma quantidade de verdinhos foi libertada involuntariamente no mar pela traineira Margiris, devido a uma ruptura na cauda da rede”, assumiu o grupo, que lembra que estes incidentes são raros e que já registou o sucedido no diário de bordo, tal como exige a lei da União Europeia.
Em resposta à CNN, a associação afirmou ainda que os peixes vão ser deduzidos das cotas do navio. Lamya Essemlali, líder do braço francês da Sea Shepherd, avançou à Reuters que considera que o despejo dos peixes foi propositado.
A Ministra francesa das Pescas e Assuntos Marítimos considerou as imagens dos peixes mortos como “chocantes” e pediu à autoridade nacional de vigilância da pesca que abrisse uma investigação para se apurarem as causas do incidente. Annick Girardin sublinha que a França “apoia a pesca apoia a pesca sustentável e isso não se reflete aqui”.
O comissário europeu para o Meio Ambiente, Virginijus Sinkevičius, descreveu o caso como um “incidente infeliz no Golfo da Biscaia” e afirmou que a comissão vai reagir “imediatamente” com a abertura de um inquérito.