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França pondera “reconfinamento seletivo”. Alemanha com o pior registo de novos casos desde abril

Cugnot Mathieu / EPA

O presidente francês, Emmanuel Macron

O Presidente francês Emmanuel Macron insiste que o país não pode parar com um novo confinamento geral porque os efeitos negativos são “consideráveis”, embora reconheça que não se pode excluir nenhum cenário.

Em declarações publicadas esta quinta-feira à “Paris Match”, Macron admite que com o seu governo o confinamento é uma das hipóteses: “não nos proibimos de nada”.

No entanto, o Presidente francês afirma que têm de existir “estratégias muito localizadas” como a que foi aplicada em Mayenne, onde ocorreu um dos surtos mais importantes em França. “Este tipo de ação local poderá levar a “um reconfinamento seletivo que poderá ser instituído se a situação o impuser”, sublinhou o governante.

Macron explica que a gestão dos surtos está a sobrepor-se à “ansiedade económica” e salientou “que todos são coautores na luta contra o vírus, com máscara, distanciamento físico e higiene”. O governante enfatizou que “o país não pode parar porque os danos colaterais de um confinamento são consideráveis”.

Segundo Macron, o risco zero nunca existe numa sociedade e, por isso, deve-se “responder a essa ansiedade sem cair na doutrina do risco zero e sem cair em medidas extremas”. Na quarta-feira, a Direção-Geral da Saúde francesa indicou que em 24 horas foram registados 3.776 casos, o maior número em mais de três meses e meio.

Numa semana foram registadas cerca de 17.000 infeções e a taxa de positivos está a aumentar continuamente (3,1% entre 10 e 16 de agosto). França registou 30.468 mortos.

Europa perto da segunda vaga?

Os dados sobre a epidemia nos últimos dias podem ser sinal de que a segunda vaga da doença poderá estar a chegar à Europa. Tal como escreve o Público, o desconfinamento no continente europeu foi acompanhado pelo aumento já esperado de infeções e surtos localizados, fazendo temer uma segunda onda de casos.

A Alemanha, por exemplo, identificou 1.707 infetados com o novo coronavírus nas últimas 24 horas, o pior registo diário desde abril, de acordo com dados oficiais divulgados.

Os números do instituto de vigilância epidemiológica RKI elevam o número total de casos desde o início da pandemia para 228.621. Por outro lado, confirmam o aumento de contágios no país nas últimas semanas.

Já Espanha, diagnosticou 3.715 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, o número mais alto desde final de maio, e contabilizou 131 mortes associadas à doença numa semana, divulgou o Ministério da Saúde espanhol.

Das infeções detetadas nas últimas 24 horas, 1.535 (41%) foram registadas na região de Madrid, comunidade que também confirmou 25 novas vítimas mortais. O País Basco (com 472 novos casos) e Aragão (466 novos casos) são as outras comunidades espanholas que também ultrapassaram a fasquia das 400 novas infeções nas últimas 24 horas.

A pandemia já provocou pelo menos 781.194 mortos e infetou mais de 22,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela AFP.

ZAP // Lusa

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